A França recebeu 32 milhões de euros por ganhar o título na Rússia

Premiação é gradativa até o 32º lugar. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

A França, ao ser proclamada campeã do mundo na Rússia neste domingo (15), recebeu 32,5 milhões de euros da entidade máxima do futebol, segundo cifras fornecidas pela federação. A Croácia, a finalista derrotada, ganhará 23,9 milhões de euros, enquanto a Bélgica, terceira do torneio, receberá 20,5 milhões. Também serão distribuídos 6,8 milhões para cada seleção classificada entre o 17º e o 32º lugares.

Individualmente, os 23 jogadores franceses devem receber também uma bonificação de aproximadamente 400 mil euros, segundo uma distribuição decidida pela FFF (Federação Francesa) e pelos atletas.

Alguns jogadores, como Kylian Mbappé, doarão esses valores a associações, indicou a FFF.

“Mbappé tomou a decisão pessoal de doar quase todos os seus lucros a associações, outros jogadores se reagruparam, os ajudamos um pouco. Outros são completamente livres para fazer o que quiserem. Não há diretrizes específicas”, disse à AFP o presidente da federação, Noël Le Graët.

Superando traumas

Não é exagero, mas uma constatação: a França foi meticulosamente moldada para buscar o bicampeonato mundial na Rússia. Vice-campeã da Europa em 2016, os “Bleus” mantiveram a base que perdeu o título para Portugal Lloris, Umtiti, Pogba, Matuidi, Griezamann e Giroud , mas apostaram, com uma dose de ousadia, na renovada safra com Varane, Pavard, Lucas Hernandez, Kanté e Mbappé, titulares na final contra a Croácia.

A leveza e descontração do ambiente criado em Istra, base da seleção francesa na Rússia, não eram sinônimo de soberba ou de oba-oba. A confiança foi fruto da maturidade do grupo, mesmo sendo o segundo mais jovem do Mundial, com média de 26 anos.

Principal nome da França, Griezmann tinha 25 na última Eurocopa. Foi o líder técnico da equipe, artilheiro da competição (com seis gols). Em 2018, assumiu uma liderança mais ampla, criando espaços para o brilho de Mbappé. Depois da decepção com as derrotas nas finais da Eurocopa e da Liga dos Campeões, pelo Atlético de Madrid, contra o Real, também em 2016, o camisa 7 achava que o maior título de sua carreira e dos colegas estava maduro.

“Sendo o artilheiro da Euro, perdemos, então eu me disse: ‘Vou tentar fazer menos gols para ver a gente ganhar’… Meu jogo mudou. Minha função é dar o ritmo que a equipe precisa, criar as chances, segurar ou acelerar a bola”, disse Griezmann, antes da final, mais experiente e faminto.

Lojas saqueadas em Paris

Enquanto a vitória francesa gera lucro nos campos da Rússia, em casa, a vitória acabou custando dinheiro. Cerca de 30 jovens quebraram e saquearam neste domingo à noite a Drugstore Publicis, um complexo comercial na avenida Champs-Élysées, em Paris, onde milhares de pessoas festejavam a vitória da França na final do Mundial.

Os jovens, alguns encapuzados, invadiram a loja da famosa avenida parisiense e, em seguida, saíram com garrafas de vinho e champanhe debaixo do braço, rindo e gravando-se nos celulares.

Depois de 15 a 20 minutos, foram dispersados do lado da avenida Marceau por fortes doses de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. Os agentes se colocaram na entrada do estabelecimento.

Não muito longe, um torcedor dos Bleus repetia, aos prantos, “isso não é a festa, isso não é a festa”.

Cerca de 4.000 policiais e gendarmes foram mobilizados em Paris para a final, e um longo perímetro foi estabelecido, proibindo a circulação de veículos até as 4h de segunda-feira (23h de domingo, em Brasília) no oeste e no centro da capital.

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