Franz Kafka foi um escritor tcheco de língua alemã. Nascido em 3 de julho de 1883, em Praga, em uma família abastada, cresceu influenciado por três culturas: a judaica, a tcheca e a alemã. Até hoje ele é considerado um dos principais escritores da literatura moderna.

Na adolescência, Kafka se declarou socialista e judeu, e frequentava reuniões com grupos anarquistas. Formado em direito em 1906, passou a trabalhar em companhias de seguro e a dedicar-se, paralelamente, à literatura. Fez parte, junto com outros escritores da época, da chamada Escola de Praga, um movimento que era essencialmente uma maneira de criação artística baseada em uma grande atração pelo realismo, uma inclinação à metafísica e uma síntese entre uma racional lucidez e um forte traço irônico. Esse híbrido de ironia e lucidez aparece na maioria dos seus textos.

O olhar do escritor é direcionado para coisas como a opressão burocrática das instituições, a justiça e a fragilidade do homem comum frente aos problemas cotidianos.

Seu primeiro livro, “Consideração”, foi publicado em 1913. Suas obras mais famosas foram escritas entre 1913 e 1921, são elas: “A Metamorfose”, “O Processo”, “O Castelo”, “O Foguista” (que é na verdade o primeiro capítulo de “América”),”A Sentença” e “O Artista da Fome”.

No ano seguinte à publicação de “Consideração”, Kafka sofreu uma grande crise emocional. Alguns estudiosos afirmam que a crise foi por conta de seu noivado, outros defendem que ele teria ficado emocionalmente abalado com o início da Primeira Guerra Mundial, ocorrido no mesmo ano. 

Em 1920, Kafka abandonou seu emprego em uma companhia de seguros para tratar da saúde, pois havia contraído tuberculose. Nos anos 1920 e 1921, relacionou-se com a escritora tcheca Milena Jesenká-Pollak, mas seu grande amor foi por uma mulher que conheceria apenas no final de sua vida, Dora Dyamant.

Acredita-se que nenhum autor representou de forma tão contundente a modernidade quanto Kafka. De acordo com o crítico literário George Steiner, “o extremismo da posição literária de Kafka torna a estrutura representativa e a centralidade de sua façanha mais notáveis. Nenhuma outra voz foi testemunha mais verdadeira da natureza de nossos tempos.”

Durante sua vida, Kafka nunca conseguiu atingir grande fama com seus livros, porém, algum tempo depois de sua morte, no dia 3 de junho de 1924, em um sanatório perto de Viena, onde se internara para tratar da tuberculose, sua obra literária atingiu enorme influência sobre as pessoas, passando a ser cultuada por leitores de quase todo o planeta.