Pesquisadores da UFSCar e da USP de São Carlos analisam probabilidades com base em modelo estatístico para tentar acertar resultados. Seleção belga tem mais chances de levar título inédito.
Com a definição dos times classificados para as oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia, o projeto Previsão Esportiva parceria do Departamento de Estatística (DEs) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos aponta Croácia e Bélgica como final mais provável do campeonato, com probabilidade de 10,30%. A seleção belga tem mais chances de levar o título inédito.
A segunda final mais provável é entre Espanha e Bélgica com 9,75% de probabilidade. No entanto, de acordo com os criadores do projeto, ainda existe grande incerteza sobre qual será a final, haja vista que existem 63 outras possibilidades de finais, que somam uma probabilidade de aproximadamente 80%.
As previsões são obtidas a partir de um modelo estatístico que conjuga informações objetivas tais como os ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o número de gols marcados pelas equipes na competição com informações subjetivas dadas por experts no esporte.
Ainda de acordo com os pesquisadores, as probabilidades de interesse são calculadas a partir de 100 mil simulações do torneio geradas a partir do modelo.
As outras finais com chances de acontecer são:
- Bélgica x Inglaterra: 6,64%
- Croácia x Brasil: 5,64%
- Suíca x Bélgica: 5,34%.
Chances probabilísticas
Além das finais mais prováveis, durante o estudo os pesquisadores também apontaram as probabilidades das equipes de avançar para as oitavas de final obtendo êxito em 81,25% dos palpites, errando apenas a desclassificação de três seleções: Alemanha, Nigéria e Senegal.
Quando o assunto é quartas de final, os pesquisadores acreditam que as oito seleções mais prováveis a disputar a etapa são: Bélgica, Croácia, Brasil, Espanha, Inglaterra, Portugal, França e Suíça.
O estudo também apresenta um histórico da “probabilidade de ser campeão”, que está sendo atualizado de acordo com o desempenho das equipes nas partidas. Ao fim da primeira fase do campeonato, a seleção belga é a que tem a maior chance.
“A previsão probabilística pode ser encarado como um palpite, que obedece regras. A probabilidade expressa o grau de certeza que nós temos acerca de um evento futuro. Assim, para cada possível evento de uma partida (vitória, empate e derrota) é associado um número que expressa o grau de crença no mesmo. O modelo estatístico descreve os aspectos mais relevantes de certo fenômeno aleatório. Jogos como o 7 a 1 e outras “zebras” são eventos difíceis de se prever e considerados atípicos”, explicou um dos criadores do projeto, o professor Luis Ernesto Salasar.
Antes da Copa da Rússia começar, os estatísticos se basearam nos dados do ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e opiniões de especialistas em futebol, e apontaram que Alemanha e Brasil seria a final mais provável, o que não pode mais acontecer, já que a seleção alemã foi eliminada na primeira fase da competição.
Favoritos
De acordo com a atualização da previsão, a Bélgica, que busca um título inédito, é a nova favorita para vencer a Copa na Rússia com 27,49% de chances.
Em busca do hexacampeonato, a seleção brasileira aparece em 2ª lugar, com 12,69% de chances de vencer a competição e, em terceiro, a Croácia, com 12,08%.
Vale lembrar que, no exemplo da Bélgica, a equipe tem 27,49% probabilidade de ser campeã, entretanto 72,51% de não ser. O estudo feito pelos estatísticos não crava nenhum ganhador, apenas apresenta as chances que os times têm de acordo com o desempenho nas partidas.
Desde sua criação em 2006, o site tem sido certeiro em relação aos favoritos nas últimas edições do torneio. Os estatísticos acertaram a Alemanha e Argentina como duas das três seleções com mais chances de vencer, com 25,26% e 9,87%.
“Na Copa de 2010, nosso modelo apontou Espanha e Holanda como as duas seleções com mais chances de vencer, o que de fato se confirmou naquele ano. Já em 2006, a Itália não figurava entre as favoritas, porém a França, que chegou até a final, era a segunda com mais chance, com 11,1%”, disse o professor.
O projeto também acertou o campeão do torneio de 2010 (Espanha). Na Copa de 2014, apontava a final entre Brasil e Argentina, com a seleção brasileira erguendo a taça, mas só acertou o finalista (Argentina), que acabou perdendo para a Alemanha.
Projeto
O site é administrado por oito pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), campus São Carlos, Universidade Federal da Bahia (UFBA), além da UFSCar. O projeto tem objetivo acadêmico de disseminar o conceito de probabilidade, utilizando como atrativo o maior evento esportivo do mundo.
Mesmo apontando as seleções com maiores probabilidades de serem campeãs, Salasar ressalta que todas as equipes têm alguma chance de vencer e que os cálculos são atualizados de acordo com o andamento do campeonato, fazendo com que as chances dos times se alternem.
“Algumas pessoas usam o nosso modelo em bolões e outros jogos. Algumas pessoas já vieram nos elogiar e agradecer por terem ganhado, mas também ocorre o contrário. Em 2010, quando apontamos a Espanha com mais chance de ser vencer, vieram nos criticar, pois a equipe nunca havia sido campeão, porém ela acabou ganhando naquele ano”, contou.
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