Fiscalização é intensificada em pontos com ataques de tubarão no Grande Recife

A partir deste sábado (9), em quatro trechos da orla, bombeiros passam a atuar até 18h e botes infláveis podem ser usados para remover banhistas em risco.

 Guarda-vida no posto de monitoramento da Praia de Piedade, em Jabotão dos Guararapes; local é um dos que teve horário de fiscalização ampliado (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

O reforço na fiscalização para tentar evitar ataques de tubarão na orla do Grande Recife começa a funcionar neste sábado (9). Os guarda-vidas do Corpo de Bombeiros passam a trabalhar durante uma hora a mais em quatro pontos, encerrando o expediente às 18h. Botes infláveis também passam a ser utilizados para recolher as pessoas que se colocam em risco dentro do mar.

Os quatro pontos foram escolhidos por concentrarem 27 dos 65 casos de ataque de tubarão registrados desde 1992, o que equivale a 41,5% dos incidentes desse tipo no estado. Um deles é a Igrejinha de Piedade, em Jaboatão, e os outros são em Boa Viagem, na Zona Sul, nos trechos em frente ao Edifício Acaiaca, ao 2º Jardim e ao Castelinho.

A mudança de horário ocorreu após José Ernesto Ferreira da Silva, de 18 anos, ter sido atacado por um tubarão no mar da Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Ele morreu na segunda (4).

Menos de 50 dias antes, o potiguar Pablo Diego Inácio de Melo, de 34 anos, foi mordido no mesmo trecho da orla e teve membros do lado direito do corpo amputados após o incidente.

No dia do ataque a José Ernesto, o Corpo de Bombeiros registrou mais de 20 intervenções, em que foram feitos alertas para que os banhistas saíssem do mar no mesmo trecho de praia do incidente, em virtude do perigo no local.

Placas na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, alerta para ataques de tubarão (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

Restrição de acesso

A mudança no horário foi divulgada após uma reunião do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit) na terça (5) na Secretaria de Defesa Social, no Recife.

A maioria dos acidentes com tubarão, segundo os pesquisadores do Cemit, ocorre à tarde, com maré alta, na água mexida ou barrenta ou com o tempo nublado. Essas condições que favorecem o aparecimento dos animais na costa foram as mesmas em que ocorreram o ataque a José Ernesto e, em abril, ao potiguar Pablo Diego Inácio de Melo.

Por causa disso, na reunião do Cemit, foi aprovada a realização de um estudo de viabilidade de controle maior ou restrição parcial de trechos de orla, em horários específicos.

Vídeo mostra resgate de jovem atacado por tubarão na praia de Piedade, no Grande Recife

O engenheiro de pesca e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco Jonas Rodrigues, que estuda o comportamento dos tubarões, sugeriu a proibição do acesso à água em alguns trechos da praia. A mesma sugestão foi feita em 2013 pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Após ataque de tubarão no Grande Recife, Cemit faz reunião para criar medidas protetivas

Prevenção

Além da mudança no expediente dos guarda-vidas e utilização do bote, estão previstas ações de orientação, como palestras em escolas estaduais do Grande Recife sobre prevenção de afogamento, educação ambiental e conscientização sobre os fatores de risco para ataques de tubarão.

Na reunião, também foi recomendada a realização de exercícios simulados de atendimento a vítimas de mordidas de turbarão aos órgãos que prestam assistência pré-hospitalar e remoção de urgência. O treinamento fica sob a coordenação do Corpo de Bombeiros.

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