L I T E R A T U R A – CANÇÃO DE SAUDADE DESGOVERNADA – Flávio Chaves

L I T E R A T U R A

Poeta  Flávio Chaves

CANÇÃO DE SAUDADE DESGOVERNADA

Em teus lábios, ascende aurora que me inflama,

Canção cristalina e calma, amanhece janeiro sem abrigo

Como as ruas do menino que sempre vem comigo,

E o abraço que carregas em ti e em mim não passa.

Em teus olhos de ternura é onde nasce o girassol 

E se ilumina em tua esfinge orientando o mar,

E elevas ventania à festa na paisagem dos pássaros,

Onde num idioma de fúria ditas som na flauta doce

Ofertando destino ao menino sem alarde buscando asas.

Acende meu peito, vem como quem passeia e esvoaça

Onde tudo incendeia o tumulto de procura alinhada

Abre-me serena o teu canteiro umedecido e tua praça 

Em frenesi de águas-vivas que febril não passa

Vem que serás vida e sopro na canção de laço e dança abrasada

Enxergo tempo de horas lúdicas na vitrine de teus olhos

Onde escuto canção lírica e azul nos dias líquidos sem sol

De quem hoje é andarilho por tua saudade desgovernada.

*Flávio Chaves  – Jornalista,escritor, poeta, presidente do Instituto Monitora Brasil, Conselheiro da FENAI e membro da Academia Pernambucana de Letras.Foi Delegado Regional em Pernambuco/Minc

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