Processo do impeachment de Pimentel surpreendeu até a oposição

Pimentel

Uma Comissão Especial opinará sobre Pimentel

Ana Luiza Faria
O Tempo

Em Minas Gerais, até deputados oposicionistas se surpreenderam com o acolhimento do pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) pela Assembleia Legislativa. A razão do pedido, que foi protocolado na Casa no início do mês, leva em conta os atrasos em repasses de recursos à Assembleia e ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Uma comissão especial será formada para dar um parecer sobre o pedido. A Mesa será presidida pelo deputado Lafayette Andrada (PRB).
FOI SURPRESA – De acordo com o deputado estadual e líder da minoria na ALMG, Gustavo Valadares (PSBD), a oposição sabia que desta vez, as chances da Assembleia acolher o pedido apresentado pelo advogado Mariel Marra eram maiores, mas não esperavam que fosse aprovado na sessão de hoje.

“Nós sabíamos que, ao contrário da outra vez que o Mariel apresentou o pedido, a chance era boa, mas no momento da leitura fomos pego de surpresa. O Adalclever Lopes (MDB), presidente da Assembleia, mobilizou a tropa de choque dele e resolveu fazer isso”, disse Valadares.

GOTA D’ÁGUA – Valadares acredita que a autorização do processo de impeachment teve como gota d’água a relação conflituosa dos últimos dias entre o MDB e o PT. No entanto, ele afirmou que a grande causa foi a falta de compromisso do governador com a gestão pública. “

Temos um governador que conseguiu dar calote em todo mundo, nas prefeituras, nos servidores públicos, com salários atrasados e até mesmo com a retenção do pagamento das parcelas dos empréstimos consignados. Enfim, um governo que ficou conhecido e famoso pelos calotes constantes. Isso para mim foi a grande causa. E a gota d’água foi a relação  conflituosa entre os dois partidos”, afirmou.

O deputado Gustavo Corrêa (Dem) declarou que a oposição vê com tranquilidade a chegada desse pedido de impeachment. Ele afirmou que já estava “insustentável para a Mesa impedir a tramitação”.

ERROS E EQUÍVOCOS – “O governador não vem cumprindo com o que determina a constituição. Há três anos nós vinhamos alertando os erros e os equívocos desse governo, um governo que não fez os cortes necessários, um governo que não tem honrado com as suas obrigações, um governo que não tem pago os servidores em dia”, disse.

Corrêa destacou que caberá aos deputados da ALMG analisar com cuidado o processo.  “Se o governador realmente cometeu os crimes que estão sendo imputados a ele, ele terá que pagar por isso. Então nós temos que ter nesse momento tranquilidade, cumprir todos os prazos regimentais e legais que são determinados nesse tipo de instauração do processo, para que amanhã não ocorra nenhum questionamento do ponto de vista jurídico”, afirmou.

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