Partidos que apoiam Rodrigo Maia querem recriar o imposto sindical obrigatório

Charge do Adolar (Folha)

Daniela Lima
Folha (Painel)

Nada vai mudar. Partidos que animaram o lançamento da candidatura presidencial de Rodrigo Maia (DEM-RJ) há uma semana se uniram para fazer de um ex-sindicalista relator da comissão criada para rever algumas das mudanças aprovadas na legislação trabalhista no ano passado. O movimento dos aliados do presidente da Câmara provocou contrariedade na base governista, que teme ver desfigurada a reforma patrocinada por Michel Temer (MDB). O mais provável é que tudo fique como está.

O objetivo da comissão é analisar medida provisória editada por Temer com ajustes na legislação. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), levou quatro meses para instalar a comissão. Se ela não concluir seu trabalho até maio, a medida perderá a validade.

CAUSA PRÓPRIA – Solidariedade e PP indicaram como relator o deputado Bebeto (PSB-BA), ligado ao sindicato dos trabalhadores da construção pesada na Bahia. Ele defende a criação de uma contribuição para substituir o extinto imposto sindical, entre outras mudanças.

Defensores da reforma ameaçam esvaziar a comissão, deixando a medida provisória caducar. Líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) disse a empresários do setor de construção nesta quarta-feira (dia 14) que não há a menor chance de o imposto sindical ser ressuscitado.

EM CATOLÉ – À moda da casa, Maia irá a Catolé do Rocha (PB), cidade natal de seu pai, para estrear no papel de presidenciável. Subirá no palanque prometendo que não mexerá no Bolsa Família: “Só para melhorar, para aprimorar. O que estiver falho, conserta. O que estiver bom, melhora”.

Aliados dizem que Maia buscará o mesmo efeito alcançado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994, quando se lançou candidato pela primeira vez. FHC provou buchada de bode e andou de jegue em sua viagem pelo Nordeste.

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