Onde estão os candidatos mostrando a sua cara? Quem são os candidatos? Já era para termos os nomes para as eleições 2018
Por Claudio Schamis
Estamos em ano de eleição, mas o que o “mercado” mostra são poucas mercadorias em exposição. Em um “mercado” sério teríamos já, no mínimo, uma vitrine com ofertas claras. E esse não é o caso.
O carnaval acabou, aí veio a intervenção federal aqui no Rio de Janeiro, que desviou a atenção das pessoas de algo maior. Maior sim, pois as eleições irão mexer com a vida de uma nação inteira. O Rio de Janeiro é apenas uma parte dessa nação.
Onde estão os candidatos mostrando a sua cara? Quem são os candidatos? Já era para termos os nomes para, quem sabe, começarmos a fazer o dever de casa.
Se bem que pelos resultados das últimas eleições o dever de casa não foi bem feito. E nada garante que se tivéssemos os nomes o dever seria bem feito. Mas poderia aí existir uma esperança.
É muito difícil olhar para o futuro e não ver nada. Hoje não consigo ver o túnel, quanto mais a luz dentro dele. Hoje, o futuro, na minha opinião, é um gigante (talvez superfaturado) ponto de interrogação. Tudo bem que já temos um ou outro nome confirmado, mas não suficiente para que o eleitor possa começar a estudar todos os candidatos.
Eu, sinceramente, não me incluo nisso, pois meu dever de casa já está feito. A não ser que uma bomba surpresa caia nessa eleição, a urna já tem meu voto garantido. Simples assim.
Talvez seja essa uma eleição divisora de águas. Ou não. Se os candidatos que estão sendo desenhados forem esses mesmos, vou ficar na torcida de verdade para que a escolha de vocês seja a certa. Assim como eu torci para que o Lula desse certo. Apesar de meia-dúzia de cinco mil (ou mais pessoas) acharem que não.
Então, não havendo surpresas boas, vou torcer que de tudo certo, mas com meu passaporte e visto em dia. Vai que, né?
Dia desses fiquei pensando se tivesse muito dinheiro, se continuaria aqui no país, aqui no Rio. Tipo, ganhei a mega sena. Acumulada, é claro. Minha esposa disse que ficaria. Aí eu perguntei: Vou poder ter uma Mercedes? Um Audi? Ela disse não. Aí questionei: Qual a vantagem de ter muito dinheiro e não poder ter coisas que gostaria? Mas teria então uma solução. Compraria um apartamento legal aqui, mas ficaria a maior parte do tempo “out of country”. Essa seria a minha solução. Manteria o casamento e ficaria aqui de “férias”.
Mas como não é esse o caso – continuo jogando – tenho que tentar sobreviver aqui. E confesso: tá muito difícil.
O melhor para nosso país seria que os candidatos saíssem do armário e mostrassem suas caras. Estamos em ano de Copa do Mundo, e espero que isso não seja usado como distração, pois a Copa do Mundo, sendo nossa ou não, não irá mudar nossas vidas de verdade. Haverá uma euforia momentânea se for o caso, mas depois esse efeito passará, e a dura, triste e cruel realidade irá confrontar a todos. Até os deslumbrados no caso da Copa do Mundo ser nossa.
A nossa euforia deveria ser durante o ano todo e não pontuada por um evento. A escolha do próximo presidente pode sim mudar várias vidas, uma nação. Uma Copa do Mundo, não.
Salve as baleias. Não jogue lixo no chão.