Empreiteira pagava mesada de R$ 500 mil a Cabral em dinheiro vivo, diz delatora

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Charge do Duke

Gabriel Barreira
G1 Rio

A ex-executiva da Carioca Engenharia Tânia Fontenelle confirmou em juízo nesta quarta-feira (29) o pagamento de valores a emissários do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. (PMDB). Segundo ela, eram entregues mesadas de R$ 200 mil mensais que, dois anos e meio depois, subiram para R$ 500 mil mensais. Ela diz que também fazia a geração de caixa dois e de propina, através do superfaturamento de contratos com fornecedores da Carioca Engenharia.

“Na maioria das vezes quem entregava (propina ou caixa 2) era o diretor ou acionista, aqueles que mandavam, e faziam o pagamento. Exceção foi o então governador, que entreguei pessoalmente a esses emissários: o senhor Carlos Miranda e o senhor Carlos Bezerra”.

DURANTE ANOS… – “Os pagamentos (mensais) de meio milhão começaram nos meados de 2009 e foram até a saída do Sérgio Cabral do governo, em 2015. A ordem que recebi era que ali (renúncia) havia encerrado, (ordem) dos acionistas, e não entregava mais”, acrescentou.

“Os pagamentos (mensais) de meio milhão começaram nos meados de 2009 e foram até a saída do Sérgio Cabral do governo, em 2015. A ordem que recebi era que ali (renúncia) havia encerrado, (ordem) dos acionistas, e não entregava mais”.

Em uma das ocasiões, disse Fontenelle, os operadores de Cabral foram à residência dela em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Quando o pagamento atrasava, eles ligavam para o celular dela ou para a Carioca Engenharia para relembrar o acerto. “Completava no outro mês. Apenas me falavam: ‘Ó, está me devendo’. ‘Tá bom, acerto no outro mês’”, relato.

PICCIANI TAMBÉM – Ao citar pagamentos dissimulados, ela voltou a citar a empresa Agrobilara, da família Picciani, mas não entrou em detalhes. Em outro depoimento, já afirmara que houve pagamento superfaturado de gado.

Tânia Fontenelle depõs nesta quarta-feira (29), na 7ª Vara Federal Criminal, como testemunha de acusação contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Em depoimentos anteriores a investigadores, ela já tinha dito que o caixa 2 da Carioca era abastecido com contratos fictícios ou superfaturados negociados por ela. Os doleiros Marcelo e Renato Chebar teriam dissimulado, no exterior, a propina da organização criminosa.

São réus no processo – além de Cabral e os irmãos Chebar – os operadores Wilson Carlos, Sergio de Castro Oliveira e Carlos Miranda.

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