Do G1
Os senadores Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI dos Maus-Tratos, e Marta Suplicy (PMDB-SP) protagonizaram uma discussão durante a reunião do colegiado desta quinta-feira que ouve pessoas relacionadas a exposições artísticas que geraram polêmicas nas últimas semanas.
Marta demonstrou contrariedade em relação à forma com que Magno Malta conduz os trabalhos da CPI, que tem o objetivo de investigar irregularidades e crimes relacionados aos maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes no Brasil. Para a senadora, Malta atua de forma “autoritária” na presidência da comissão.
Marta dizia que quando a CPI dos Maus-Tratos foi criada o enfoque do colegiado não era convocar artistas e curadores de exposições de arte. Magno Malta interrompeu e disse que a comissão estava realizando várias atividades para impedir maus-tratos a crianças e adolescentes.
O parlamentar, então, afirmou que Marta não sabia das atividades do colegiado porque não comparecia às reuniões.
“Essa é a primeira reunião que a senhora vem à CPI”, disse Malta.
Marta Suplicy reagiu: “Pois é. E sabe por quê? Porque a partir da primeira [reunião], que eu não vim porque tinha um impedimento, eu fui informada de como estava indo [a comissão]”, disse.
Magno Malta questionou se a parlamentar não foi informada pelos assessores sobre as demais atividades do colegiado.
Marta disse que havia sido informada das reuniões, menos as que foram feitas de forma secreta, referindo-se à reunião em que Magno Malta interrogou um acusado de pedofilia.
“Na secreta, eu ouvi um bandido que me deu uma grande informação que explodiu o Brasil”, declarou Malta.
Os dois elevaram o tom de voz e Marta disse que Malta não a deixava falar. “Ouça um pouco também”, disse a senadora.
“Não senhora, eu estou com a palavra, eu sou o presidente, eu já ouvi a senhora arrotar tudo o que a senhora quis, mesmo sem nunca ter vindo aqui”, disse o parlamentar do Espírito Santo.
Marta disse então que não concordava com a forma com a qual Malta, na visão dela, conduz os trabalhos.
“Vossa excelência tem conduzido de forma autoritária, de forma desrespeitosa com as pessoas, inclusive em relação ao episódio do Museu e da exposição. É uma forma que chocou a população que tem apreço pelo respeito à arte”, disse Marta.
Antes Marta havia questionado: “Será que merecemos estar aqui constrangendo artistas?”.