O ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, deve se autodelatar, para tentar reduzir suas penas. É o que afirma seu advogado, Rodrigo Roca, em entrevista a Chico Otávio, no Globo.
“A confissão permite a atenuação da pena, mas a medida aqui é insignificante. A diminuição é tímida, ao passo que a autodelação permite ao réu, em outros países, uma negociação mais expressiva”, diz ele.
“Ele diria: ‘Tá bom, eu fiz tudo isso, já que vocês vão me condenar, independentemente da prova’. Feito isso, ele passaria a negociar as medidas processuais, como por exemplo a prisão domiciliar. Porém o cenário agora não é favorável a isso. O único caminho possível, no Brasil, ainda é a confissão, que não consideramos no caso. Além do mais, os ânimos estão acirrados.
Sérgio Cabral se tornou um troféu para o Ministério Público Federal. Os procuradores da República buscam reunir um número cada vez maior de delatores contra o meu cliente, quando deveria ser ao contrário”, afirma ainda o advogado.
“No caso em que o réu negocia a própria pena, o reconhecimento encurta o caminho. As investigações contra ele não precisam mais avançar e o processo não fica tão dispendioso. Infelizmente, o Brasil só importou uma parte da experiência internacional com a delação premiada. Ao delatado, nada.” (BR 247)