Nova fase da Lava Jato põe publicitários novamente na rota dos desvios públicos

Nos últimos anos tem se tornado comum a descoberta de agências de publicidade em operações suspeitas

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Polícia Federal cumpre mandado de prisão com  busca e apreensão

A prisão do ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, na 42ª fase da Operação Lava Jato, ofuscou um outro fato curioso: a prisão de dois publicitários que, segundo as investigações, atuavam como operadores para políticos. Os presos foram os irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior, sócios em uma agência de publicidade, a Arcos Propaganda. Eles são citados em delação premiada com operadores de propina para o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), pai do ministro das Minas e Energia, Fernando Filho. A operação tem como base os relatos de delatores da Odebrecht.

O novo flagra sobre os publicitários remete a casos recentes na política brasileira. O publicitário mineiro Marcos Valério foi peça central nos esquemas que ficaram conhecidos como Mensalão Mineiro e Mensalão do PT. Mais recentemente, gráficas foram utilizadas para lavar dinheiro de campanha. É um traço que não pode ser ignorado nas investigações. De acordo com as apurações da Polícia Federal, André Gustavo é representante de Bendine. Esta, inclusive, não é a primeira vez que ele é citado em uma delação da Odebrecht. O irmão dele, Antônio Carlos, foi preso em casa. Já André Gustavo foi preso no Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, na capital pernambucana. Ele embarcaria para Brasília (DF).

Bendine

O ex-presidente da Petrobras teria recebido ao menos R$ 3 milhões de propina em espécie da Odebrecht para não prejudicar a empresa em futuras contratações, segundo informações das equipes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) que atuam na Lava Jato. Bendine foi preso temporariamente nesta quinta-feira (27) em São Paulo, na fase da Lava Jato denominada Operação Cobra. Foram cumpridos outros dois mandados de prisão temporária em Pernambuco.

Segundo as investigações, antes de receber os R$ 3 milhões, em 2015, Bendine pediu outros R$ 17 milhões de propina à Odebrecht quando ainda era presidente do Banco do Brasil. Em troca, ele atuaria para rolar uma dívida da Odebrecht Agroindustrial. Bendine presidiu o Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, quando substituiu Graça Foster na presidência da Petrobras. A investigação contra Bendine teve como base as delações premiadas de Marcelo Odebrecht, ex- presidente-executivo do grupo Odebrecht, e de Fernando Reis, executivo da companhia.

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