Grupo UTC pede recuperação judicial

Pedido envolve dívida de R$ 3,4 bilhões; empreiteira do grupo fechou acordo de leniência por envolvimento em esquema de corrupção na Petrobras.

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O grupo UTC, dono da empreiteira de mesmo nome, protocolou pedido de recuperação judicial na 2ª vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A empresa era uma das envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, apurado pela Operação Lava Jato.

O pedido envolve uma dívida de R$ 3,4 bilhões a ser negociada e engloba 14 empresas da holding (que atua em ramos que vão desde logística até o imobiliário). A companhia é assessorada pelo escritório Leite, Tosto e Barros Advogados e a Starboard Restructuring Partners no processo.

O grupo nasceu a partir da UTC Engenharia, empreiteira que tinha como principal negócio construir estruturas para a Petrobras, como plataformas de petróleo.

Aos poucos o grupo se diversificou e criou outros negócios. O grupo é dono de uma participação na concessionária que administra o aeroporto de Viracopos e também detinha fatias da Move, empresa que ganhou a concessão para a construção da Linha Laranja, no metrô paulista.

Em nota, o grupo UTC diz que precisou recorrer à Justiça para continuar operando “inicialmente por conta da grave recessão que assolou o país a partir desse período, resultando na queda da receita de contratos vigentes, decorrentes do contingenciamento de verbas de obras públicas contratadas e o impedimento de obtenção de novos negócios, por exemplo, com a Petrobras”.

Em dezembro de 2014, a UTC Engenharia sofreu bloqueio cautelar no cadastro da estatal, o que, alega a companhia, inviabilizou a assinatura de aditivos aos contratos já vigentes e contribuiu para “ampliar a dificuldade financeira enfrentada pelo grupo”.

Leniência

A companhia firmou no início do mês um acordo de leniência (espécie de delação premiada para pessoas jurídicas) com o governo, no qual se comprometeu a devolver R$ 574 milhões aos cofres públicos por danos causados a Petrobras, Eletrobras e Valec. O pagamento pode ser feito em até 22 anos, com correções. A empresa diz que o pedido de recuperação judicial não interfere no ressarcimento.

Como “recompensa” pelo acordo, a UTC recebeu o direito de voltar a participar de licitações públicas nas esferas estadual e municipal.

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