A lendária casa (abandonada) dos lendários “irmãos eventos”

Há dois anos, em abril de 2015, o Antes que suma mostrou a situação do casarão onde viveram os lendários “irmãos eventos”, na Praça Chora Menino, na fronteira entre Boa Vista, Ilha do Leite e Paissandu.

Abandonado há mais de duas décadas, o imóvel continua se deteriorando e ganhando, a cada dia, ares de casa malassombrada” de histórias de quadrinhos.

A construção é propriedade dos Datz,  judeus comerciantes com história marcante e curiosa.

Os herdeiros Joel e Abrahão, que por anos residiram na Chora Menino, formaram a famoso duo “irmãos eventos”.

O título foi consequência da onipresença dois dois em festas como recepções, casamentos, batizados e formaturas e acontecimentos culturais como vernissages, lançamento de livros e filmes, estreias de peças teatrais.

Em 1995, Abrahão faleceu, a dupla encerrou sua carreira e a casa deixou de ser habitada.

Por conta das histórias que cercaram e cercam os irmãos Datz, mas também pela beleza das suas linhas arquitetônicas, a casa desperta muita curiosidade.

A postagem de dois anos atrás – feita quando o Antes que suma só existia no Facebook – alcançou maios de 5 mil e 300 pessoas, teve 250 curtidas e mais de 30 compartilhamentos.

A construção, embora desfigurada pela ação do tempo e do abandono, ainda mantém traços neocoloniais originais.

Estão lá pilastras arredondadas, terraços sinuosos, telhas rabo de andorinha, escada de acesso ao térreo, piso hidráulico, pequeno lago azulejado no jardim, elementos decorativos… Uma carcaça de automóvel também pode ser vista na garagem.

Nos dias semana, é possível observar que o imóvel é ponto de apoio a guardadores de carro que atuam na Praça Chora Menino. Acompanhados de cachorros, eles ocupam o terraço térreo.

Pelo que se sabe, Joel o “irmão evento” que continua a circular em festas e acontecimentos badalados da cidade, não pretende se desfazer do bem.

E olha que não faltam propostas de construtoras sempre interessadas em erguer torres nas redondezas do pólo médico.

Residindo num prédio nas redondezas, Joel também não teria planos de recuperar o imóvel.

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