O presidente do PV de Pernambuco, Carlos Augusto, disse que já percorreu cerca de 200 quilômetros das 18 regiões administrativas da Capital, dentro do Projeto “Recife bom para viver”, trabalhando neste momento na conclusão do livro sobre a primeira etapa da iniciativa, que escreveu em parceria com o jornalista Arnaud Mattoso.
A publicação trará uma radiografia da cidade, do pensamento e expectativas dos seus moradores, assim como os resultados de uma pesquisa na qual foram ouvidas 1.800 pessoas.
Neste final de semana, Carlos Augusto, pré-candidato à sucessão do Recife, voltou com a equipe a três dos pontos visitados na primeira etapa do Projeto: Morro da Conceição , Mercado da Encruzilhada e Jardim São Paulo.
“Em relação ao ano passado, pouca coisa mudou. As pessoas continuam reclamando do atendimento precário nos postos de saúde, da falta de segurança, da falta de saneamento, do lixo, e da má qualidade do transporte público”.
Ao chegar no Mercado da Encruzilhada, reencontrou Maria Severina da Silva, debulhadora de feijão verde. Na primeira caminhada, ela se queixava de dores nas costas (passa o dia sentada em um banquinho, no seu ofício). E disse que não conseguia atendimento médico satisfatório, já que ninguém levava o seu problema a sério.
“Chego no hospital, dão uma injeção e mandam para casa”, contou, em setembro do ano passado.
“Abriram uma Upa perto de casa, mas não foi para a gente não, foi para enfeite. Não tem médico, não tem quem nos atenda”, disse ela no último sábado.
“A única diferença na vida de Severina foi que a sobrinha, entrevistada na primeira fase do Projeto, teve um bebê. Ela estava grávida no ano passado, e era moradora de rua e dependente química. A jovem ainda não se livrou das drogas”.
Carlos Augusto também esteve em Jardim São Paulo, um dos bairros visitados na primeira etapa do “Recife bom para viver”. Visitou Reginaldo de Oliveira Falcão Júnior, proprietário do Bar “Toca do Barão”, que fica em rua margeando o Canal de Guarulhos, hoje um esgoto a céu aberto. Reginaldo mora no local há 37 anos, e reclama da poluição do Canal. “Isso aqui antigamente era um paraíso. O que é hoje um canal, era um riacho quando cheguei aqui. A gente se divertia pegando peixe, caranguejo, e tomava banho de rio. As famílias até faziam piqueniques às suas margens”, contou no livro. Reclamou da degradação do bairro, e mostrou a “Praça Comunitária”, construída pelos próprios moradores. O processo foi liderado por seu filho, Júlio César, bombeiro.
“Aquilo era antes um terreno, um matagal, que servia como ponto de encontro de traficantes e viciados”, conta ele. Diz, ainda, que a área, que dá acesso à BR-101, era palco de constantes assaltos. “Nós nos reunimos, e todos pegavam as suas enxadas aos finais de semana. Tiramos o mato, implantamos canteiros e brinquedos. Tem até um palcozinho, para apresentações. Mas fiscais da Prefeitura vieram demolir”, queixa-se ele ao candidato.
“A demolição, no entanto, não foi efetivada, porque os moradores provaram que a área pertence ao Dnit, que autorizou o uso. Recentemente, apareceram lá representantes da Prefeitura prometendo melhoras. Mas quando chove, a água do Guarulhos invade não só a Praça como as residências que ficam na Rua Major Felício, que margeia o canal”.
Nessa segunda (18), Carlos Augusto participa de d ebate, às 8h30m da manhã, no Lide, Grupo de Líderes Empresariais.
O debate será com a também pré-candidata do Dem, Priscila Krause. Todos os outros pré-candidatos, inclusive o Prefeito Geraldo Júlio – que disputará a reeleição – foram convidados como ouvintes.