Eduardo Cunha em entrevista à Folha de S.Paulo

“Dilma disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar”

Em entrevista concedida neste domingo aos jornalistas Natuza Nery e Paulo Gama, no jornal Folha de S.Paulo, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez questão de demonstrar intimidade com o presidente interino Michel Temer. Cunha não o chamou de “presidente” nem de “Temer” em nenhuma ocasião, mas sempre de “Michel” e revelou que os dois têm conversado bastante.

Na primeira entrevista desde que foi afastado da presidência da Câmara pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Eduardo Cunha acusa Dilma Rousseff de ter lhe oferecido “ajuda” de cinco ministros do Supremo em seu último encontro reservado com a petista, em setembro de 2015.

“Ela me convocou para falar de medidas e sei lá o quê e disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar”, afirmou à Folha.

Sem dar detalhes, Cunha diz ter mantido a suposta oferta em segredo até agora porque, “concretamente, ela não disse o que ia fazer”. “Considerei uma bravata.”

Sobre Michel Temer, Cunha disse que  “estive com ele já, tenho falado com ele quase constantemente, não tenho nenhum problema”. Cunha também afirmou que o presidente interino tem acordos a cumprir. “O Michel conversava com os partidos, não só eu falava, não. Eu participei de muitas conversas e de muitos debates, não é que cobrei, eu não preciso cobrar o Michel pra ele cumprir os acordos. Ele sabe os acordos que ele tem que fazer ou não pra ter sua base política”.

Cunha fez também uma revelação sobre como forçou para que o impeachment fosse aprovado antes da revisão da meta fiscal – que praticamente elimina a tese das “pedaladas fiscais”.

Sobre o impeachment da presidente Dilma, ele também afirmou que “nada acontece se não for pela vontade de Deus”.

(Leia aqui) a entrevista completa de Cunha à Folha de S.Paulo)