Jungmann quer investigação de circulares sobre “golpe”

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-líder da Minoria na Câmara, apresentou representação contra o diplomata Milton Rondó Filho, chefe da coordenação-geral da Cooperação Humanitária e Combate à Fome do Itamaraty, por ele ter enviado telegramas a todas as embaixadas do Brasil no exterior alertando para a possibilidade de um golpe político no país. A ação foi protocolada na Procuradoria da República no Distrito Federal

Jungmann pede que o Ministério Público requisite abertura de inquérito policial para apurar ilícito previsto na lei 8429/92, que trata de improbidade administrativa.

Jungmann explica, na representação, que Rondó Filho pediu aos responsáveis pelas embaixadas a designação de servidor, “se possível diplomático”, para apoiar o diálogo entre o Itamaraty e a sociedade civil brasileira e a dos demais países. O diplomata conclama a população à “resistência democrática” e finaliza o documento com as palavras de ordem “Não ao golpe! Nossa luta continua!”.

Para Jungmann, o envio de comunicados às embaixadas brasileiras no exterior, sem a devida autorização, comunicando que havia um golpe em curso no Brasil, “atenta contra diversos princípios da administração pública”. “Rondó valeu-se de veículo de comunicação oficial para transmitir sua perturbada ideologia para órgãos de representação do Estado brasileiro em todo o mundo”, afirma o parlamentar do PPS.

No entender do deputado, a atitude de Rondó se torna ainda mais inaceitável quando se leva em conta que ela foi praticada na situação de crise política por que passa o Brasil. Jungmann classificou como “vexame perante a comunidade global” as circulares enviadas pelo diplomata.

Embora tenha sido expedido documento do secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, pedindo que a comunicação da conclamação fosse ignorada, Rondó retransmitiu outro comunicado intitulado “Carta aos movimentos sociais da América Latina”, assinado pela CUT, pelo MST e outros movimentos ligados ao PT em que se denuncia “o processo reacionário em curso no país contra o estado democrático de direito”.

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