Recife: protesto contra o aumento da passagem

Do Portal G1 PE

Manifestantes protestam, nesta quarta-feira (20), contra o aumento das passagens de ônibus no Grande Recife. O movimento Contra a Tarifa Recife começou a concentração por volta das 17h, na Praça do Derby, na região central da capital pernambucana. Eles pedem o cancelamento do reajuste de 14,42%, que elevou a tarifa do A para R$ 2,80 e do B para R$ 3,85.

O grupo saiu em passeata por volta das 18h40 e fechou a Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda-Recife, por 15 minutos. O grupo interditou por mais 15 minutos os dois sentidos da Avenida Carlos de Lima Cavalcanti, junto a Avenida Agamenon Magalhães, prejudicando também o fluxo de carros de quem seguia pela segunda avenida em direção a Olinda. A caminhada seguiu em direção a Avenida Conde da Boa Vista. A previsão é de que o grupo vá até o Parque 13 de Maio, na região central da capital.

A porta-voz do movimento, que se identificou apenas com Leilane, explica que a pauta de reivindicações é de longo prazo, mas que inicialmente o grupo quer a revogação do aumento. “A pauta a longo prazo é de que a tarifa fique zero mesmo. Hoje, com esse reajuste, o foco é revogar o aumento da passagem”, aponta a porta-voz.

O grupo fechou a Avenida Agamenon Magalhães por volta das 18h40, liberando o sentido Olinda-Recife cerca de 15 minutos depois. Motociclistas ainda conseguiram descer das motos e passar pelo bloqueio dos manifestantes. Orientadores da Companhia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU) acomapnham o ato.

Os manifestantes tocam tambores e cantam palavras de ordem, pedindo “uma vida sem catraca”. Os manifestantes levam ainda com cartazes contra o governador Paulo Câmara e sobre o aumento, além de alguns presentes utilizarem máscaras de papel. Eles chegaram a  fazer um ato relembrando os estudantes que morreram ao cair de coletivos na capital pernambucana em 2015, Camila Mirele e Harlinton dos Santos.

A enfermeira Maria de Jesus, que estava em um ônibus da linha Derby/Nova Descoberta, se posicionou contra o protesto. “Fechar a avenida é horrível. Nós somos prejudicados para chegar no nosso destino, sem ter nada a ver com isso”, reclamou. Já a professora Regina Almeida trabalha próximo a Agemenon e se posicionou a favor do grupo. “Apoio o protesto. Não tem condições com esse preço”, apontou.

Por volta das 18h, o coreto da praça do Derby, onde acontece a concentração, foi pichado com tinta vermelha. O grupo que organiza o ato desta quarta não tem ligação com a Frente de Luta Pelo Transporte (FLPT), que também protestou contra o aumento das tarifas, mas na sexta-feira (15).

Aumento das passagens

Na segunda-feira (18), o Grande Recife Consórcio de Transporte conseguiu aprovar o reajuste de 14,42% sugerido para as passagens de ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife (RMR). Os novos valores estão sendo cobrados desde terça-feira (19). Com o reajuste, a tarifa A subiu para R$ 2,80 e a tarifa B para R$ 3,85.

Foram 15 votos a favor e quatro pedidos de vistas. O representante do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) tinha sugerido um aumento de 32%, mas foi derrotado. Antes da reunião, na última sexta-feira (15), duas pessoas foram presas durante protesto contra o aumento na área central do Recife. Após o reajuste, em 48 horas, foram registrados 16 assaltos a ônibus na RMR.

O juiz José Marcelon, do 4º Juizado da Fazenda Pública da Capital, solicitou ao governo do estado que desse explicações sobre a reunião que aprovou o reajuste das passagens de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR) na segunda-feira (18). O processo foi movido pelo estudante Márcio José da Silva Morais, que é membro do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM).
O estudante alegou na ação ter feito um pedido de vistas da planilha de custos apresentada pelo Conselho e que teve o requerimento negado. Ele pediu ainda que a decisão pelo reajuste seja anulada, já que não teve acesso à planilha.

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