Por Angelo Castelo Branco*
A experiência populista num país pouco afeito aos compromissos de longo prazo empurrou o Brasil para baixo. Como era de se esperar, a ideologia retro preconizada pelas esquerdas dos anos 60 e 70 desembarcou no Século 21 com tudo para dar errado.
Em plena era da internet e da interatividade instantânea com os fatos e os avanços tecnológicos, tornou-se impossível quaisquer possibilidades de controle das sociedades.
Ruiu por terra o sonho de um populismo anacrônico obstinado por robotizar as populações em padrões de comportamento subalternos ao poder político. A expressão “popular” virou sinônimo de advertência para tudo o que não presta.
O ciclo que vivemos foi o preço que pagamos pela fragilidade que perdura em nosso modelo político e pelo nosso deserto de homens e de ideias.
A vitória do liberal de centro direita Mauricio Macri na Argentina, ignorada pela massa brasileira, pode representar um alento.
Defensor do empreendedorismo e da economia moderna de mercado, o presidente eleito portenho está decidido a enfrentar as ditaduras sul-americanas disfarçadas de populismo.
O recado a uma Venezuela repleta de presos políticos sob a comprometedora omissão e até um absurdo apoio do governo Dilma, sinaliza algo de alentador para o nosso continente.
Macri quer o Mercosul comprometido com a democracia e agregado aos acordos comerciais com os países do Pacífico. E como a Argentina é economicamente estratégica para o Brasil, o nosso governo, sempre equivocado e esquizofrênico, vai ter que rever posições.
A partir desse novo sentimento democrático da Argentina, as tramoias do foro de São Paulo já não se mostram tão eficientes para manter indefinidamente o grupo de Lula, Dilma, Cristina e Maduro no poder.
O ciclo do populismo foi catastrófico para o Brasil. A decisão dos eleitores argentinos, de tão importante para o continente sul americano pode ser festejada também como um grande avanço para o nosso país.
*Jornalista