A vassalagem dos súditos ao príncipe

Elio Gaspari

ODEBRECHT NA CPI – A passagem do empresário Marcelo Odebrecht pela CPI da Petrobras foi um espetáculo deprimente. O doutor, que está preso desde junho, foi tratado como um príncipe que visita súditos. Com plateia tão cordial, tratou o instrumento legal da colaboração com a Justiça com o desprezo da malandragem. Até aí nada de mais, pois a doutora Dilma já informou que “não respeita delator”.

Havia mais na cena. Parlamentares, empreiteiros e advogados que têm a Lava Jato no seu encalço reagem à essência do trabalho do Ministério Público e do juiz Sergio Moro. A cordialidade vista no episódio foi um aviso à patuleia: “Estamos juntos”. Eles sabem que, pela primeira vez na história do país, oligarquias da política e de grandes empresas foram apanhadas na rede da fiscalização do Estado.

Não havia ingênuos na cena da CPI, assim como não é ingênuo o magano que pergunta “onde é que isso vai parar”. O que ele quer saber é se “isso” chegará a ele.

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