Cunha e o “silêncio ensurdecedor” tucano

Sem dizer um “a” depois da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Aécio Neves e o partido que preside, o PSDB, vêm sendo criticado por parlamentares que não fazem parte do grupo de aliados do peemedebista. “Com eloquente silêncio, nobres deputados e seus mui dignos partidos apoiam o presidente da Câmara, Sr. Eduardo Cunha. Silêncio Ensurdecedor!”, postou no Twitter o senador do PMDB Roberto Requião. Em outra mensagem, ele pergunta: “Através de silêncio ensurdecedor, PSDB apoia Eduardo Cunha. Silêncio, o grito dos sem coragem?”.

Nesta semana, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) já havia criticado o comportamento dos tucanos nas redes sociais. “A bancada do PSDB na Câmara Federal mergulhou em silêncio constrangedor em relação à denúncia da PGR contra Eduardo Cunha”, afirmou, acrescentando que “a moral e a coerência tucanas são mesmo um primor”.

Horas antes da denúncia de corrupção e lavagem de dinheiro contra Cunha, fato que já havia se tornado conhecido em toda a imprensa, líderes da oposiçãodivulgaram uma nota conjunta no plenário da Câmara apontando crises econômica, política e ética enfrentadas pelo País e a suposta falta de condições do PT para “propor qualquer pacto” para o País, mas ignorando por completo a situação do presidente da Casa.

Dias antes, Aécio Neves defendeu a renúncia da presidente Dilma Rousseff, fazendo dele as palavras do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem a decisão seria um “gesto de grandeza” da petista. “Não sei se o governo teria essa grandeza”, disse o senador tucano na terça-feira 18, que desde então não dá mais declarações à imprensa.

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