Que tal disputar eleições?

Carlos Chagas

Desiludiram-se as mulheres deputadas com a derrota do projeto que criava cotas na Câmara Federal, nas Assembleias e Câmaras de Vereadores para candidatas do sexo feminino. Se aprovada, a proposta determinaria que mulheres menos votadas do que homens ocupassem um certo número de cadeiras, entre dez e quinze por cento do total. Pela lógica, seria pouco num país onde 52% dos habitantes são mulheres, mas, no reverso da medalha, a Câmara teria rejeitado o princípio da representatividade eleitoral. É complicada a questão, já envolvendo por lei o ingresso de alunos negros e pardos com direito a cotas nas universidades. Explica-se por conta da condição econômica superior dos estudantes brancos, fruto de séculos de dominação da raça.

Seria bom, no entanto, não generalizar, porque daqui a pouco serão exigidas cotas para jogadores de futebol brancos, tendo em vista que na maioria de nossos times predominam os craques negros ou pardos, de resto tecnicamente superiores, como a seleção brasileira está demonstrando no Chile, esta semana.

Deveriam as deputadas mulheres escolher outras alternativas para sua luta mais do que justa por maior representação. Que tal sensibilizarem mais mulheres para ingressar nos partidos e disputar eleições? Claro que com propostas de aprimoramento social, econômico e político capazes de sensibilizar o eleitorado, e não apenas o feminino.

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