Vários livros retratam a história do futebol e dos principais jogadores de cada época, porém pouco se fala sobre a trajetória do principal elemento de um evento futebolístico: a bola. Assim, como qualquer esporte ela também tem peculiaridades que foram mudando ao longo do tempo.

Recém lançado, “O livro das bolas de futebol”, do jornalista Erich Beting, narrar a história da bola desde sua criação até as últimas inovações tecnológicas na produção dela nos dias de hoje. A obra ainda aborda praticamente todas as bolas que utilizadas em vários campeonatos ao redor do mundo.

Ilustrações e muitas curiosidades sobre a bola também estão presentes no livro, que traz relatos inéditos, por exemplo, dos primeiros jogos de futebol praticados pelo povo maia. O chamado pok ta pok, misturava diversão e sacrifício: o “capitão” do time perdedor era morto pelos adversários.

Segundo Beting, o objetivo do livro não é apenas contar toda a história das bolas usadas até os dias de hoje. “A ideia foi tentar criar um livro que funcionasse como um catálogo das bolas. Ele não tem tanta história escrita, o livro é muito visual, inteiro de fotos, com imagens de bolas históricas”, afirma.

Processo de pesquisa

As pesquisas iniciais do projeto foram tocadas por Paulo Unzelte. Erich disse que só no começo de 2013 entrou no programa e também ajudou com algumas ideias. “A partir as pesquisas iniciais, eu e o Marcelo Duarte começamos a discutir algumas outras bolas que poderiam ter entrado e alguns mitos que já tínhamos ouvido falar, mas que não sabíamos se eram verdade para podermos colocar no livro”.

Para tirar uma das dúvidas que tinha, por exemplo, ele diz que recorreu ao também jornalista Gustavo Roman. “Nós queríamos descobrir se o mito de que na Copa de 1974, alguns jogos foram jogados com uma bola laranja da Adidas. Sabíamos que ele tem todos os jogos de Copa do Mundo gravados, então eu expliquei a história e ele começou assistir os partidas para ver se tinha uma bola laranja. E não tinha. É uma coisa muito louca”, brinca o jornalista.

Beting ressalta que, além dos pesquisadores envolvidos no projeto, a internet foi um meio fundamental par a montagem do livro. Segundo ele, algumas bolas só foram achadas graças a grupos de redes sociais que discutiam e colecionavam bolas.

“Descobrimos, ao longo do processo, colecionadores de bola. Achmos um cara no Flickr que só fotografa bola da Adidas, tem pessoas que são apaixonadas por marcas esportivas, então a gente foi trocando ideias com todas elas do mundo inteiro. Acabamos criando uma rede de colaboração. Acho que a gente falamos com pelo menos trinta pessoas”.

Erich diz que o processo de criação do livro não foi fácil e exigiu esforço. “Eu entrei no começo de 2013 e participei das pesquisas por quase meio ano. A gente precisava procurar as imagens para o livro, depois casar com o texto e, então ajustar os últimos detalhes”, afirma.

Importância para o esporte

Para o jornalista, o livro ajuda a situar a história das bolas de futebol no cenário esportivo, além de aproximar o público em geral de curiosidades desconhecidas até então. “O livro mostra também, que seu mercado, atualmente, é um negócio lucrativo para as marcas. Todo ano, nós vemos uma bola nova porque as fabricantes precisam ganhar dinheiro”.

O autor argumenta que o livro não foi produzido para um público específico. “Tentamos fazer de um jeito que até quem não gosta de futebol veja uma maneira divertida de olhar para o esporte. Já quem gosta de livro e futebol, vai acabar se aproximando dele”, conclui.

* Com supervisão de Vanessa Gonçalves