Sob forte esquema de segurança após atentado contra exposição de cartoons de Maomé no Texas, EUA, no último domingo (3/5), a revista satírica francesa Charlie Hebdo foi agraciada na noite de terça-feira (5/5) com o prêmio à liberdade de expressão do Centro Americano PEN, em Nova York. O editor chefe, Gerard Biard, e o ensaísta e crítico Jean-Baptiste Thore receberam o troféu.
Crédito:Reprodução/NBC
Jean-Baptiste Thore recebeu homenagem em nome da revista “Charlie Hebdo”
De acordo com o jornal O Globo, Michael Ondaatje, Peter Carey e outros quatro escritores que coordenariam as mesas redondas no evento se retiraram por oposição ao que classificaram como “caricaturas ofensivas de muçulmanos”.
Biard e Thore lembraram de seus colegas assassinados em janeiro em um tiroteio na redação da revista em Paris, onde morreram 12 pessoas, sendo cinco cartunistas. O editor ressaltou a longa tradição da revista de surpreender os leitores com suas irreverentes representações de figuras religiosas.
“Crescer para ser um cidadão é aprender que algumas ideias, algumas palavras, algumas imagens, podem ser escandalosas. Ver-se escandalizado faz parte do debate democrático. Levar tiros, não”, declarou.
A edição foi uma das mais polêmicas dos últimos anos. No fim do mês passado, os escritores Peter Carey, Michael Ondaatje, Francine Prose, Teju Cole, Rachel Kushner e Taiye Selasi anunciaram que não compareceriam ao evento da associação literária em protesto contra a “cegueira” da entidade diante da “arrogância cultural” francesa ao dar o prêmio à revista.