No Senado, terceirização não passará, diz Renan

No Senado, terceirização não passará, diz Renan

Antes mesmo do projeto chegar à Casa que preside, o senador se mostrou contrário à sua aprovação; ontem, votação foi adiada na Câmara dos Deputados, que sentiu os efeitos da repercussão negativa da medida

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), falou ao Brasil 247 sobre o PL da terceirização, cuja votação foi adiada na última quarta-feira (15) na Câmara dos Deputados. “Terceirização é uma prática importante para as empresas na gestão de alguns serviços mas não pode substituir completamente as relações trabalhistas regulares. Qualquer projeto que ameace os direitos sociais ou represente retrocesso nas relações de trabalho enfrentará grandes dificuldades no Senado. Aqui não passará”, afirmou.
Após uma intensa semana de mobilização, tanto nas redes como nas ruas, as centrais sindicais e movimentos conseguiram pressionar a Câmara e muitos deputados recuaram de sua posição em relação ao projeto, cujos destaques e emendas deveriam ter sido votados ontem. Essa é considerada a primeira grande derrota de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à frente da Casa. Antes mesmo da matéria chegar ao senado, seu presidente decidiu rebatê-la, talvez para se afastar do desgaste político que gerou a outros parlamentares.
“Como poderia o PMDB votar uma medida que afeta os direitos sociais tendo sido a força propulsora da Constituinte de 1988, que produziu a Constituição cidadã e seu admirável artigo quinto?”, adicionou Renan, que comentou ainda as medidas de ajuste fiscal implementadas pelo governo. “O que estou dizendo sobre a terceirização segue a mesma lógica do que defendo em relação ao ajuste fiscal. Ele é necessário, vamos todos nos empenhar mas vamos qualifica-lo. Vale dizer, não deixaremos que, num momento de recessão, o trabalhador e o desempregado sejam os mais penalizados. Vamos suavizar os sacrifícios e o governo que trate de compensar os ganhos fiscais cortando em outras áreas, cortando no custeio.”

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