O canto de Maria Dapaz traz de volta Amália Rodrigues

 

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A cantora Maria Dapaz encheu, literalmente, ontem, o teatro Santa Isabel, no belíssimo e emocionante show em que interpretou os maiores sucessos de Amália Rodrigues, a rainha do fado. Foi uma noitada portuguesa, com certeza, com direito a um espetáculo à parte de Mahatma Costa em seu mágico acordeom.

Maria Dapaz abriu a cortina, ainda, para outros dois grandes talentos: Beto do Bandolim, que conquistou a plateia com o seu talento, brilho e competência, e o jovem cantor Ton Fil, sobrinho da cantora Bia Marinho e neto do poeta Lourival Batista, de São José do Egito, um dos monstros sagrados do repente nordestino.

Durante 1 hora e 30 minutos, o público reviveu fados que se imortalizaram na voz da divina Amália Rodrigues, como “Tudo isto é fado”, “Cheira a Lisboa”, “Coimbra”, “Nem as paredes confesso”, “Tiro liro liro”, Canção do mar, “Uma casa portuguesa”, “Ai Mouraria” e “Foi Deus”. Um show carregado de muita emoção e beleza, que nos reportou ao mundo musical e poético de Amália.

Dizer que Amália Rodrigues morreu há 16 anos pode ser uma imprecisão biográfica. A voz e o legado mantêm a fadista viva e notada entre os vivos. Foram 79 anos de vida, são já 89 de mito. Amália, a voz do mistério, viveu mais ou menos 79 anos. Morreu, é certo, a 6 de Outubro de 1999.

Uma das figuras mais emblemáticas da cultura portuguesa do século XX, Amália Rodrigues é um farol que baliza toda a evolução do meio musical português. Iniciada numa altura em que era através do palco que a reputação se ganhava e retirando-se em pleno domínio televisivo, a carreira daquela que foi durante muitos anos a embaixadora cultural de Portugal acabou por atravessar todas as grandes alterações do mercado cultural e comercial em que se inseria.

Os mais de cinquenta anos de carreira contínua de Amália são habitualmente divididos em décadas que correspondem, grosso modo, a estágios no seu desenvolvimento artístico. Embora essa divisão tenha inicialmente sido pensada para a sua carreira discográfica, é igualmente transponível para a evolução cronológica da sua atividade artística, com cada década a marcar fases específicas.

Maria Dapaz foi muito feliz em homenagear a diva do fado. Afinal, a voz poderosa e expressiva de Amália Rodrigues fez-se ouvir e aplaudir em quase todo o Mundo. Tornou-se, na verdade, a grande divulgadora do fado além-fronteiras e é reconhecida como a maior intérprete da já longa tradição desse tipo de música.

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