  Em seu depoimento à Polícia Federal, o policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, disse ter ”ouvido” que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria aterrado uma piscina em sua casa, num condomínio na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) para guardar dinheiro. No local onde havia um nítido quadrado azul rodeado de um piso claro, bem na entrada de sua residência, há agora só um gramado plano.
O ex-policial prestou três depoimentos à PF em novembro. Em um deles, revelado pela Folha na semana passada, citou o nome de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que Youssef teria lhe mandado entregar dinheiro numa casa que seria do deputado. No mesmo depoimento, Careca disse também que entregou R$ 1 milhão ao senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG). Tanto Anastasia quanto Eduardo Cunha negaram participação no esquema. Disseram que sequer conhecem Careca ou Youssef. Preso na sétima etapa da Operação Lava Jato, em novembro, mas já em liberdade, Careca trabalhava como carregador de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, detido até agora. Para transportar dinheiro a mando de Youssef, Careca costumava usar as credenciais de policial, uma forma de dissipar suspeitas. Ele fazia isso em malas, maletas e até no próprio corpo. (Da Folha de S.Paulo – Andréia Sadi, Matheus Magenta e Ricardo Mendonça) |