Carol Brito e Daniel Leite
Da Folha de Pernambuco

Os primeiros dias de Paulo Câmara (PSB) no cargo de governador foram divididos entre bons e maus momentos. A agenda inicial contou com visitas a municípios do Sertão, Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife, sempre com o anúncio de liberação e recursos para obras que herdou dos antecessores Eduardo Campos e João Lyra Neto.

Nada de novo foi apresentado, mas o gestor procurou mostrar que a máquina vai moer nas suas mãos. Porém, também aconteceram protestos de usuários e ônibus contra o aumento as tarifas, taxistas foram às ruas cobrar mais segurança e um dos principais calos foi exposto nacionalmente: a “liberdade” que existe no sistema carcerário.

No primeiro ato depois da posse, Paulo fez sua primeira reunião com todo o secretariado obre o Pacto pela Vida, que um dos carros-chefes dos governos socialistas. Pela primeira vez, em oito anos, os números de homicídios e latrocínios subiram mais de 8% no Estado, obrigando o socialista a renovar o programa.

Outro problema encontrado foi o volume de obras paralisadas. Nos bastidores, aliados apontam que o ritmo da administração decaiu na gestão de João Lyra Neto (PSB) e que os atrasos exigiram uma atenção especial no início da nova gestão.

A primeira agenda de rua do chefe do Executivo foi justamente a assinatura da ordem de serviço de retomada das obras da PE-280, que liga o Distrito do Rio da Barra ao entroncamento com a BR-232 em Sertânia, e a restauração da PE-292, ligando o distrito de Albuquerque Né à sede de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú. Ele ainda fez vistorias.

As obras representam um investimento de mais de R$ 25 milhões. Na região, o governador ainda vistoriou as obras de Esgotamento Sanitário de Afogados da Ingazeira, com investimento total de R$ 36 milhões.

Na segunda-feira, Paulo Câmara assinou a ordem de serviço para a retomada das obras de 13 escolas e reconstrução de outras unidades na Zona da Mata Sul, que foram anunciadas em 2010. O custo é de R$ 29 milhões.

Logo no início da semana, denúncias de irregularidades, como armas e uso de drogas no Complexo Prisional do Curado, além da falta de policiais nas guaritas, obrigaram o gestor a dar respostas rápidas às dificuldades do sistema prisional do Estado.

As polêmicas causaram a renúncia do então secretário-executivo de Ressocialização, Humberto Inojosa. Na sexta-feira, Éden Vespaziano assumiu o posto. Após uma semana de expectativa sobre o aumento da tarifa de ônibus, o Governo divulgou os valores, provocando um manifesto de estudantes pelas ruas do Recife.