Em outras palavras, vale a pena montar um partido

Carlos Brickmann

Há agora 28 partidos representados na Câmara Federal. No total, as legendas aliadas a Dilma têm 304 parlamentares; os adversários, 128. Mas não se impressione: se Dilma ganhar, os 304 se transformam em 404 de um dia para outro. Se Aécio ganhar, os 128 pulam para 328 antes da meia-noite do dia da apuração.

Dúvida: se é assim, para que tantos deputados? E para que tantos partidos? Teremos tantas correntes políticas nesse país que necessitem de partidos para organizar-se?

A resposta, claro, é não: os partidos proliferam porque recebem bom dinheiro do Fundo Partidário (o PRTB de Levy Fidelix, por exemplo, tem pouco mais de R$ 100 mil mensais). Têm um determinado tempo na propaganda de TV, muito valioso.

Em outras palavras, vale a pena montar um partido.

O Supremo derrubou uma vez a cláusula de barreira, que exigia 5% do eleitorado, dividido em nove Estados, para que um partido recebesse benefícios. Mas já se pensa nisso de novo. Mais um pouco, não haverá orçamento que chegue.

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