Sim, não, talvez

Carlos Brickmann

 A campanha de Marina é um poço de contradições: o agronegócio a encara com desconfiança, mas confia em seu vice Beto Albuquerque. Marina é conservadora em questões de comportamento, mas muitos de seus adeptos defendem posições menos rígidas. Marina mantém muito da ideologia estatizante dos tempos de PT, mas seu principal assessor da área econômica, Eduardo Gianetti da Fonseca, desconfia de intervenções estatais.

Haverá choques entre Marina e equipe? Talvez – mas não se deve esquecer o que a História ensina sobre flexibilidade quando se trata de chegar ao poder. Um bom caso é o de Henrique de Navarra, que comandava as forças protestantes durante as guerras religiosas na França. Surgiu-lhe a oportunidade de chegar ao trono, mas teria de virar católico. Henrique se tornou católico, com uma frase famosa – ‘Paris bem vale uma missa’ – e decretou a liberdade religiosa na França. Houve paz e ganharam todos.

É importante não esquecer, como dizia Magalhães Pinto, que política é como nuvem: olha-se, está de um jeito, olha-se de novo, está de outro. Marina está indo bem, mas ainda não ganhou. Pesquisa é bom, mas o que elege é voto na urna.

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