Festa boa é nos palácios

Carlos Brickmann

 Comemorar nos estádios, nos bares, nas ruas, em casa? Bobagem: boas comemorações não dependem de estádios (embora algumas tenham como origem a construção de estádios e outras obras da Copa), nem de vitórias, nem de craques. Taça boa, mesmo, é aquela em que se servem os finos vinhos de Champagne.

A festa pode começar com Cláudia Petuba, presidente estadual do PCdoB de Alagoas. Como ela informa, ‘Collor é um grande exemplo de luta em defesa de Alagoas e um dos mais importantes senadores do país, ajudando a presidente Dilma a fazer um Governo amplo, que chega aos quatro cantos do Brasil’. Collor e Dilma, PT collorido. São tão próximos que o PTB de Collor apoia Aécio, mas Collor abriu dissidência em favor de Dilma, para continuar amigo dos amigos.

Tapetão? Tapetão bom é o que permitiu ao ex-senador Demóstenes Torres, ex-DEM, cassado pelo Senado por ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, continuar como procurador do Ministério Público de Goiás, com salário integral – perto de R$ 25 mil mensais, embora não possa trabalhar. Tinha sido afastado por conduta incompatível com o cargo, mas voltou graças a uma decisão do Supremo. Está livre da maldição bíblica, pois ganha o pão sem o suor de seu rosto.

O ápice da festa é José Roberto Arruda. Renunciou para não ser cassado pelo Senado, foi o primeiro governador preso durante o mandato (quando o filmaram recebendo propina), perdeu o cargo. É candidato de novo ao Governo de Brasília, pelo PR, e tem chances. Apesar de tudo, acredite, Arruda não é ficha-suja.

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