O SORVETE DE SAPOTI ,Dom João a colônia e Getúlio Vargas
Dom João rei de Portugal ,recém chegado no Brasil ,então colônia de Portugal ,apresentaram lhe a fruta Sapoti, a qual se encantou ,devido ao seu sabor exótico e perfumado,tanto foi sua paixão pela fruta ,que as morenas nativas brasileiras começaram a ser chamadas de sapoti ,quando eram formosas e dengosas .
Tão grande é o prestígio da fruta que até enredo virou, da escola de samba Estácio de Sá (1987) – “O ti ti ti do Sapoti” – “D.João achou bom/ Depois que o sapoti saboreou/ Deu para Dona Leopoldina/ A cortese empapuçou/ E mandou rapidamente/ Espalhar no continente/ Até o Oriente conheceu/ E hoje no quintal da vida sou criança/ Me dá que o sapoti é meu”.Sapoti também é cultura.
Chama-se assim mulher que tem cor moreno-dourado. Ângela Maria recebeu esse apelido de Getúlio Vargas. O Presidente, charuto na boca, sentado no jardim da casa de um amigo no Rio, olhou para ela e disse “menina você tem a voz doce e a cor de sapoti”. A partir daí virou sucesso nacional cantando Babalu.
Sapotizeiro é árvore nativa das Antilhas e da América Central. Cresce muito, até 20 metros.Vive muito, também, mais de 100 anos. Tronco curto e grosso, copa feita deramos, folhas verde-escuras, algumas flores, sombra sempre ampla e generosa.
Afruta era muito apreciada por maias e astecas, que a conheciam por “tzapotl”.Com os espanhóis passou a “zapote” – nome que se conserva, até hoje, em todos os países de língua espanhola.
Chegou ao Brasil em meados do séc. XVIII. Primeiro no Amazonas, depois invadindo a região nordeste. Os nativos a chamavam “zapotl”, depois “zapóte” e finalmente sapoti (Achras sapota Linneu).
Daquifoi levado para a Europa. O nome não mudou muito. É “sapote” em inglês e“sapotille” em francês. Casca marrom, seca, fina e áspera. E fruto carnudo,suculento, com polpa mole e amarelada, puxada para marrom. Tem sabor exótico e adocicado, sem acidez.
“Um sapoti maduro derrete na boca e tem os perfumes doces do mel, do jasmim e do lírio do vale”, observou o médico e botânico francês Michel Étienne Descourtilz(“Flore des Antilles” 1775-1835).
Pode,e deve, ser consumido ao natural. Para isso recomenda-se cortar com faca ao meio, no sentido vertical, retirando a polpa com colher. São entre 4 e 12sementes por fruto, e até 3000 frutos por ano.
Do sapoti se faz refresco, suco, sorvete, creme, pudim, mousse, doce, geléia.Muito sensível, o fruto perde qualidade mais rapidamente que a maioria das outras frutas. Por isso deve ser colhido ainda verde, com a mão, através de torção, lavado em água morna e colocado em lugar fresco para amadurecer.
São muitas as espécies de sapoti. No Brasil, essas variedades acabaram definidas pela própria forma dos frutos. Os ovais, mais comuns, são “sapoti”; os arredondados, “sapotas”; e uns bem grandes, com casca grossa,marrom-esverdeada, são “sapota-do-solimões”, mais comuns na região Amazonas. Na Ásia e EUA encontram-se outras variedades, sobretudo Prolific, Russel, Betanvi,Proolon, Apel bener.
Falta só dizer que o melhor do sapotizeiro, para quem foi criança, é o seu látex, do que se faz chiclete. O método já era conhecido de Astecas e Maias, que tiravam esse látex do mesmo jeito que o tiramos hoje, bem parecido com a extração da borracha.
As crianças cortam o tronco em talhos, esperam escorrer aquele líquido branco,misturam com açúcar e está pronto um chiclete que é muito melhor que qualquer um desses, americanos, que se compra nas portas dos cinemas. Por uma razão simples. Porque tem gosto de passado.
RECEITA
Sorvete de Sapoti
Ingredientes:
– 1 lata de creme de leite;
– 1 lata de leite condensado;
– 1 lata (a mesma do leite condensado) de leite;
– 2 latas de polpa de sapoti
Preparo:
– Bata tudo no liquidificador;
– Coloque no freezer, até a hora de servir.