Carvalho: “Emenda da reeleição de FHC foi comprada”

O Globo.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, pediu, nesta quarta-feira (21), que a população desconfie da “pregação moralista” de quem se passa por vestal denunciando corrupção no Governo Federal. Carvalho disse que a partir do governo Lula (PT) foram tomadas medidas que fortaleceram o combate à “praga da corrupção”. Isso, segundo ele, tirou a corrupção de “debaixo do tapete”.

O ministro criticou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), dizendo que a proposta aprovada pelo Congresso Nacional permitindo a sua reeleição foi comprada.

“O nosso povo tem que olhar para essas coisas e começar a desconfiar dessa pregação moralista que tenta dizer que nós somos os grandes corruptos e as vestais são eles. Isso não é real. E eu peço que as pessoas agora pensem muito quando tomarem suas decisões e procurem analisar a realidade par além daquilo que é apenas aparente”, afirmou Carvalho.

Como exemplo de medidas que permitiram expor mais a corrupção, o ministro citou o fortalecimento da Polícia Federal (PF), a criação da Controladoria-Geral da União (CGU) e a escolha do nome mais votado pelos procuradores para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Sem citar nomes, ele lembrou do caso do ex-procurador-geral Geraldo Brindeiro, do governo Fernando Henrique, que ficou conhecido pelo apelido de “engavetador-geral da República”.

“Nós conseguimos que um monte de coisa que estava debaixo do tapete viesse à tona. Essa impressão de que temos um país corrupto hoje não é real. Nós temos sim um país com muita corrupção, mas essa corrupção vem de longe. Nós não a inventamos, como pode parecer. Essa corrupção antes era colocada na gaveta. Nós tínhamos o engavetador-geral da República. Por que o processo de reeleição do presidente Fernando Henrique, comprado, como nós sabemos, nunca foi julgado? Por que tantos processos contra políticos não andavam? Por que não havia essa coragem”, questionou.

Gilberto Carvalho condenou ainda a exploração política da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados, que casou prejuízo à Petrobras. Foi instalada uma CPI no Senado para analisar o caso. Uma comissão parlamentar mista de inquérito, com integrantes do Senado e da Câmara dos Deputados, ainda vai ser instalada. “No caso da Petrobras, há uma exploração política enorme desse processo a partir dos fatos de Pasadena. Nós não temos medo de CPI, porque se houve um erro e ele será punido”, afirmou.

Carvalho voltou a defender uma reforma política que inclua pontos como o fim das doações de empresas para partidos e candidatos. “A reforma política é essencial para aprofundar a democracia no país, incluindo, por exemplo, também o fim do financiamento empresarial de campanha e o voto em lista que valorize os partidos, a fidelidade partidária, enfim, que nos ajude a fazer de fato da política uma representação efetiva das maiorias”.

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