UMA LUZ QUE SE APAGA

“Uma luz que se apaga causa uma escuridão muito maior do que uma luz que jamais foi acesa.’’

Com essa bela citação, o Ministro Marco Aurélio, nesta 5ª feira, fez uma bela analogia com o caso do Mensalão. O STF fez o Brasil acreditar, por algum tempo, que haveria justiça neste país. Durante meses, incontáveis horas, mais de 50 sessões exaustivas – grande parte por conta da demora do advogado de defesa, travestido de revisor, Lewandowski – apreciação de embargos de declaração, a fala de uma hora por parte de todos os advogados de defesa, contra cinco do Procurador Geral, Dr. Roberto Gurgel, em inesquecível narrativa no plenário.

Ontem tivemos uma espécie de 11/9 brasileiro, com o começo asqueroso dos votos dos novos ministros, Barroso e Zavascki, indicados por Dilma, após desfecho das penas no ano passado, e da aposentadoria do brilhante ministro Carlo Ayres Britto. Além destes recém ingressados no tribunal, acompanharam a favor dos embargos a Min. Rosa Weber, o estagiário eterno Toffoli e, para bater cartão com o Partido, o velho Lewandowski.  Quem discordou e seguiu o relator foi: Fux, Gilmar Mendes, Carmen Lucia e o já citado Marco Aurélio Mello.

E placar ficou em 5×5, restando para 4ª feira que vem o voto final por parte do Min. Celso de Mello – que no julgamento foi taxativo e brilhante em seus votos pela condenação da quadrilha que tentou orquestrar sua perpetuação no poder. Um voto que inspirava confiança por parte de quem acompanhou o julgamente em sua totalidade, pela firmeza do ministro contra a corrupção, as brechas na lei e toda a sujeira que o país vem recebendo nos últimos 10 anos.

Eis que, encerrada a sessão, em declaração à imprensa, ele diz que votará a favor dos embargos, ou seja, contra o interesse da nação, contra a esperança de mudança, contra a impunidade, contra todo o julgamento feito por outros integrantes na mesma corte, contra tudo que o Supremo analisou, julgou e condenou! Tudo. Tudo em vão. Tudo para o lixo.

Se o Brasil é, segundo nosso presidente  vitalício Lula, o país das “elites”, o STF acaba de criar a elite das elites. Porque o detentor dessa aberração chamada de “foro privilegiado”, tem o direito de ser julgado no Supremo não uma, mas duas vezes! E assim sucessivamente, sem fechar o ciclo, fazendo com que políticos não sejam condenados nunca, tendo em vista que os futuros membros da Corte serão indicados pela presidANTA da República.

Além de tecnicamente inconstitucional um regimento interno ficar acima da Constituição, é imoral, desrespeitoso, criminoso, o que estes seis, que votaram a favor dos embargos infringentes, estão fazendo com o Brasil.

Haverá manifestação? Quebrarão o Tribunal? Ameaçarão o Sr. Lewandowski – um traidor da pátria, um ser humano desprezível  que representa um partido na mais alta corte deste país, ao lado de sua versão mirim, Toffoli, que era empregado da Casa Civil e José Dirceu à época dos crimes – ou ficarão sendo testemunhas desse descalabro comandado pela cúpula do PT?

É tão verdadeira a condenação por quadrilha, que o próprio Supremo foi vítima (uma vítima com síndrome de Estocolmo por parte dos seis) destes criminosos que, uma vez que chegaram no poder, não sairão por nada de lá. O PT que aí está é pior do que a Máfia. Pior do que o Comando Vermelho, PCC, etc. Muito pior! Porque ele não é enfrentado pelas autoridades competentes. Ele É a autoridade competente. É a autoridade que paga, que emprega, que delega, que rouba, que ameaça, que mata, que corrompe, que usa o povo como gado, que tem em seu discurso pronto, sempre, uma pseudo-desculpa legal para atos ilegais e imorais.

O projeto de perpetuação no poder bolado por este partido, que se coloca e sempre se colocará a frente do Brasil, é diabólico, maquiavélico e quem paga o preço é a população.

Enquanto nossa presidANTA e sua filha enriquecem, enquanto nosso presidente vitalício pesca embriagado, enquanto ministros contratados votam no interesse, ou no medo, do Governo Federal, a população é dizimada nos quatro cantos deste país.

Aos que defendem o embrião do PT, o ‘’recém nascido” Partido dos Trabalhadores, atentem-se ao fato de que o adolescente partido está aí, enganou a todos e está fazendo o jogo mais sujo já feito desde a redemocratização. Como disse Gilmar Mendes, perto de Dirceu e cia., Donadon é caso de pequenas causas. Collor é um mero contraventor ingênuo.

Hoje, dia 12 de Setembro, após a declaração de Celso de Mello que aceitará novo julgamento, é um dia para as futuras gerações lembrarem com o objetivo de se envergonharem e mudarem. Eu falarei para meu filho que fui testemunha infeliz de atos criminosos de fantasiados de revolucionários que chegaram no poder através de um metalúrgico.

Tudo pseudo. Pseudo-revolucionário, pseudo-metalúrgico, pseudo-trabalhadores. A esperança que existia na alma dos cidadãos de bem deste país, se foi. Fica a velha certeza da impunidade. De um crime cometido há 10 anos atrás e que será novamente julgado, por ministros que aí estão para isso. Jogo de cartas marcadas.

O Brasil é o único circo onde os palhaços pagam pra entrar. E nós somos os palhaços. 

 

João Cunha Soares Ferreira

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