Bens de clérigo são congelados por Vaticano

O Vaticano disse, ontem, que havia congelado os fundos pertencentes a um clérigo de alto escalão no centro de uma operação suspeita de contrabando de dinheiro, e poderia abrir investigações sobre outros indivíduos.

O monsenhor Nunzio Scarano, muito ligado ao banco do Vaticano, foi preso no mês passado, acusado de tentar levar milhões de euros em dinheiro da Suíça para a Itália para amigos ricos.

O advogado de Scarano disse que seu cliente, que está atualmente detido numa prisão de Roma, estava preparado para cooperar completamente com os investigadores. “Scarano está em posição de esclarecer tudo”, disse.

DIRETORES

Embora o Vaticano não tenha sido implicado diretamente no caso, está sob forte pressão depois de uma longa série de escândalos e das críticas crescentes por seu fracasso persistente em cumprir padrões de transparência internacionais.

Dois importantes diretores renunciaram na esteira do caso e o papa Francisco apontou um comitê especial de inquérito para se familiarizar com os problemas no banco, conhecido oficialmente como Instituto para as Obras da Religião (IOR).

Scarano, um ex-contador na APSA, a administração financeira da Santa Sé, é acusado de tentar contrabandear 20 milhões de euros (26 milhões de dólares) pelas alfândegas em nome de uma família de ricos armadores de sua cidade natal, Salerno.

Ele foi preso no mês passado com Giovanni Zito, um agente do serviço secreto italiano, e com o corretor financeiro Giovanni Carenzio.

Um comunicado do Vaticano disse que a autoridade judicial da minúscula cidade-Estado tinha ordenado que suas contas no Banco do Vaticano fossem congeladas enquanto as investigações eram realizadas. Disse que a investigação poderia ser estendida a outros indivíduos.

AUDITORIA

O IOR contratou a consultoria financeira norte-americana Promontory Financial Group para conduzir uma revisão de todas as contas potencialmente afetadas, e estava cooperando com a investigação, acrescentou o comunicado. O advogado de Scarano, Francesco Caroleo Grimaldi, disse que seu cliente seria capaz de ajudar a investigação fornecendo informações sobre as atividades mais amplas do banco.

“Esperamos ter a chance não apenas explicar a situação de sua conta, mas também de mostrar uma série de atividades no IOR e APSA, que certamente vão merecer a atenção da Santa Sé”, disse.

REUTERS

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