O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o tombamento do Edifício A Noite, na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. A maioria absoluta dos conselheiros votou pela inclusão do prédio tanto no livro de tombo histórico quanto no livro de belas artes. Isso significa que o Edifício A Noite está protegido pelo seu valor histórico. A medida impede também que sejam realizadas modificações na estrutura física do edifício. A formalização do tombamento será feita nas próximas semanas.
Segundo a Agência Brasil, o edifício é considerado marco da modernidade do Rio de Janeiro, então capital brasileira. Foi o primeiro arranha-céu da América Latina, atração turística da cidade e um mirante que competia, em termos de atração, com o Pão de Açúcar e o Corcovado. Foi construído por um grande jornal da época, A Noite, e também sediou desde a fundação a mais importante emissora do país, a Rádio Nacional.
O prédio é um dos mais destacados exemplares da art déco, estilo arquitetônico característico de grande parte das edificações das décadas de 1920 a 1940 nas grandes cidades do mundo. Tem 22 andares e 102 metros de altura – o que corresponde a 30 andares de um edifício atual – está desocupado desde o final do ano passado, com a mudança, para outras instalações, da Rádio Nacional e da Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O edifício já é tombado pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Festival “É Tudo Verdade” chega à 18ª edição com 82 filmes
Um inquieto ator e diretor teatral tem seu dia-a-dia registrado pelos olhos de sua esposa. Um escritor abre as portas de casa para um conversa sincera sobre sua carreira. Aspirantes a atores montam um retrato de um país da antiga União Soviética. E um presidente deposto cuja biografia reconstrói a vida política do Brasil dos anos 60. Segundo Marianna Salles Falcão do site da Secretaria de Estado de Cultura do Estado do Rio, esses e outros personagens reais são as estrelas do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, que chega a sua 18ª edição com 82 filmes, entre longas, curtas e média-metragens, vindos de 26 países. As exibições, sempre gratuitas, acontecem em cinco espaços, até o dia 14/04: Centro Cultural Banco do Brasil, Museu da República, Instituto Moreira Salles, Cinépolis Lagoon e Auditório BNDES Rio.
Antecipando as discussões dos 50 anos do golpe militar de 64, foi preparada a mostra Retrospectiva Brasileira: Jango e o Caminho Para 1964. Na programação, está o filme Jango, de Sílvio Tendler. O longa usa material de arquivo e várias entrevistas para desenhar um panorama da situação política nacional às vésperas do Golpe, com a trajetória do presidente João Goulart usada como guia da narrativa. Uma série de curtas de propaganda contra o governo Jango, produzidos pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), criado em 1962, também será exibida, além do longa Os Anos JK – Uma trajetória Política, também de Tendler. A retrospectiva de domingo, 14/04, no CCBB será seguida de debate com o diretor e os produtores Denize Goulart e Hélio Ferraz.
Há seis anos fechado, Museu do Trem é reaberto no Rio
Fechado desde 2007, o Museu do Trem, no bairro do Engenho de Dentro, na zona norte da capital fluminense, foi reaberto ao público. Guardião das maiores referências da memória ferroviária brasileira, o museu teve seu prédio e seu acervo tombados em 2011 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
De acordo com a Agência Brasil, a área onde está situado o Museu do Trem abrigou por décadas as oficinas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), que chegaram a ser as maiores da América Latina e influíram até na formação do bairro do Engenho de Dentro. A maior parte do terreno, no entanto, é hoje ocupada pelo Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007.
O museu e sua coleção pertenciam à RFFSA, mas com a extinção da estatal, há seis anos, o acervo foi absorvido pelo Iphan. Segundo o órgão, os mais de mil itens passaram, ao longo desse período, por um criterioso inventário.
O historiador Bartolomeu d`El-Rei Pinto, que desde julho do ano passado responsável pelo museu, disse que a reabertura dele vinha sendo reivindicada há tempos por associações de antigos funcionários da RFFSA e por vários interesssados na memória do transporte ferroviário. “É o único museu dedicado ao trem no estado do Rio de Janeiro, e o único espaço cultural do bairro. As pessoas passavam por aqui e batiam na porta para ver o museu, mesmo sabendo que ele estava fechado”, declarou.
O grande destaque da coleção é a locomotiva Baroneza, fabricada na Inglaterra, movida a vapor e a primeira a trafegar na Estrada de Ferro de Petrópolis, ferrovia pioneira do país, implantada pelo Barão de Mauá. Outros itens importantes são um vagão usado pelo ex-presidente Getúlio Vargas e outro usado pelo o rei Alberto, da Bélgica, quando esteve em visita oficial ao Brasil, em 1922. Utensílios, mobiliário dos trens e equipamentos ferroviários também estão expostos no museu.
De acordo com o historiador, para reabrir o espaço foi preciso apenas uma revisão na parte elétrica e no sistema de iluminação. “O acervo vinha sendo mantido limpo e arrumado”, disse. No entanto, por falta de funcionários, o museu não poderá abrir, pelo menos por enquanto, nos fins de semana.
A visitação pública é de segunda a sexta-feira, das 10h às 15h, com entrada franca. Telefone (21) 2233-7483. O Museu do Trem fica na Rua Arquias Cordeiro, 1.046, no Engenho de Dentro, zona norte do Rio.
fonte:dredação