Ao sair de casa, na última terça-feira, para visitar uma filha no centro da cidade sertaneja de Floresta, a 439 quilômetros de Recife, Manoel Afonso dos Santos, de 82 anos, delegou uma triste tarefa à mulher, Maria Fátima Alves Laurentino, de 46: deixar com fome o cavalo Canário por um dia, para que não faltasse ração aos bois Sereno e Mineiro e ao bezerro Boa Vista.
Morando em uma casa de taipa, sem direito a água nem colheita, ele adotou esse rodízio para administrar os seis hectares do sítio Riacho do Ouro, onde, ao longo dos últimos doze meses, viu sumir o patrimônio de uma vida, na pior seca em meio século. Assistiu à morte de 31 bichos e vendeu cinco outros, “a preço de banana” para garantir o sustento dos que sobreviveram. (Do Jornal O Globo)
Tão triste constatar… e o tamanho dessa tristeza aumenta por saber do descaso dos governantes. Não adianta aparecerem e fazerem discursos na mídia, não há ações efetivas quanto a isso. E cada vez mais sofremos à míngua. Esta é a cidade do meu pai, minhas raízes… lamento que os florestanos, bem como todo o povo do Sertão, estejam sofrendo mais e mais do que nós aqui no Agreste. Que Deus nos ajude e proteja. Que São Pedro nos mande muita chuva! Amém.