Justiça derruba sigilo da investigação sobre mortes em hospital de Curitiba

A Justiça de Curitiba determinou, na tarde desta segunda-feira (25), a quebra do sigilo nas investigações do caso da médica do Hospital Evangélico, suspeita de cometer homicídio qualificado, contra pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que ela comandava. Segundo a Polícia Civil, a decisão judicial partiu de um pedido feito pela delegada Paula Brisola, que investiga o caso.

A polícia informou que, apesar da quebra de sigilo, os detalhes sobre a investigação só devem ser divulgados após a delegada entrar em contato com os familiares das possíveis vítimas. Ao todo, os policiais investigam seis casos de mortes que estariam ligadas a maus-tratos dentro da UTI.

Ainda de acordo com a polícia, o motivo para manter os dados sem que sejam divulgados é o respeito às famílias das vítimas, já que nem todas sabiam que as mortes dos entes estavam sob investigação.

A médica Virgínia Soares foi presa na terça-feira (19), em uma operação da Polícia Civil, que investiga as mortes na UTI do hospital, o segundo maior da capital paranaense. Trechos de gravações do depoimento prestado pela médica, indiciada por homicídio qualificado pela morte de pacientes da UTI foram obtidos com exclusividade pela RPC TV. Nas transcrições, ela afirma que foi mal interpretada por falas como “Quero desentulhar a UTI que está me dando coceira”. A frase teria sido dita pela médica, mas a origem da gravação não foi informada pela polícia.

Além dela, outros três médicos foram presos no sábado (23). Em depoimento ao programa Fantástico, eles se disseram inocentes das acusações. Já nesta segunda-feira, uma enfermeira que também é suspeita de envolvimento no caso, se apresentou à Polícia Civil. Ela estava foragida desde sábaado, quando foram expedidos os mandados contra os médicos que foram presos. A mulher prestou depoimento e deve continuar presa.

Também nesta segunda, a direção do Hospital Evangélico concedeu entrevista coletiva, em que defendeu Virgínia e a equipe que trabalhava com ela. Os advogados do hospital afirmaram que pretendem processar a delegada que investiga o caso pelo suposto vazamento de informações da investigação durante o tempo em que elas eram sigilosas.

O ministro da Saúde, também comentou o caso. Alexandre Padilha classificou como “caso de polícia” as denúncias contra a equipe médica da UTI do Evangélico. “O ministério vê como caso de polícia, não de saúde. Quando se tornou público, o ministério colocou um auditor do SUS para outras investigações que possam acontecer. Acreditamos na apuração que a polícia está realizando. Tem que ser punido veementemente qualquer responsável”, disse o ministro durante encontro para a divulgação de dados sobre a dengue no país.

Fonte: G1

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