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POR PROFETA DO ARAUTO
Contextualização: 13 de julho é o Dia Internacional do Rock and Roll. E o dia da libertação? Para os libertados, aqueles que não se perdem, não sopram palavras ao vento, em contrapartida, externam em olhares e trejeitos os sentimentos da alma; e na nudez, a sensualidade do corpo, qualquer dia é dia. E através do hibridismo entre o estilo e a sensualidade, qualquer dia, é dia da expressão que os enlaçam em liberdade e conquista sexual. As 11 imagens ratificam a tese.
“Traiçoeiramente ativa / Com minha vida consumida
Pelo teu jeito / Pelo teu peito saliente
Eficiente nas horas vivas / E nas horas vagas-pagas”
Oh! mulher infiel – Arnaldo Baptista
Fazendo valer as coisas de meu Brasil, país único de belezas paradisíacas, porém, cheio de sutis imposições, procedimentos satisfatórios, corruptos e safados barganhando em todas esquinas, regras surrupiadoras e leis do politicamente correto, jamais cumpridas pelo estilo folgazão do brasileiro, Cássia Eller posa seu lado irreverente, arrojado, debochado de fêmea, matreiro de mulher, estilo gata manhosa daquelas vêm que te empresto o objeto de seu desejo, libertada para os fragilizados de atitudes e melindrosos de ideias. Sordidamente, ficaremos mais 500 anos na fila para produzir outro fenômeno, tal qual foi ela.
Quando eu desabrochar em pétalas / Beijar lábios em flor.
Bastante néctar contemplativo terei / Acariciado por toque aliciador.
Essa virgenzinha que mira fixamente sua sexualidade no horizonte, é a atração de capa do disco “The Midnight Ghost Train da banda “Buffalo”
E o que dizer dessa capa psicodélica da banda “Gorilla”. Talvez dizer que todo libertado possui um segredo; uma pérola escondida, todo libertado possui; e converge para o centro de uma mandala. Aliás, o segredo perolado de um libertado caracteriza uma mandala; e dela emana-se amor e ódio.
As mãos é o simbolismo, a máxima expressão do descobrimento do libertado: toque-se e o frenesi da descoberta, o frisson corpóreo da liberdade é automática. – capa do disco The Sun – banda Somali Yacht Club
Capa do álbum Black Desert Highway da banda francesa Thermate
A própria imagem é a apresentação do disco da banda King Weed. No mais, divirta-se… entorpeça a mente e demais órgãos sensoriais com os anéis da fluídica fumaça da paz.
“O raciocínio lento / O poço, pensamento / O olho, orifício / O passo, precipício.
Eu quero que esse teto (entenda outra palavra, menos teto) caia / Eu quero que esse afeto saia.
Eu quero que esse teto caia / Eu quero que esse afeto saia.
Em vermelho natural / Com gosto de água e sal,
No rosto e no lençol / Misturando o bem e o mal.” – Walter Franco
Decifra o que está escrito, ou o fosso movediço do álbum The spirits is gone da banda Six Sigma te devora. Chupa. Traga. Suga.
Mephistofeles – Devotional Doom. Como escritor, não diria; mas para não haver mal entendido, melistofélico é um ser pérfido, imprestável, vil, ignóbil. E em casos extremos, bota para moer impiedosamente.
As mulheres não sabem o que querem e não sossegam enquanto não ganham o que querem – Oscar Wilde
Banda kynesis – disco Pandora. Para quem é rock, pandora é erupção roliça e pançuda, estourando os lábios e implorando a saída pela boca.
Texto iniciado com Cássia Eller, é texto atrevido, destemido, despudorado e assinado por ela. Cássia andou por cidades grandes, caminhou em muitos interiores, vagou por uma imensidão de lugares estranhos, mas só se encontrou no Rock. Deveras, se não fosse o gênero musical, seu estilo peculiar e único de cantora e violonista não atendia por Cássia Eller.
Mulher é bicho esquisito e todo mês sangra – Rita Rock Lee Jones
O Dia Internacional do Rock, é dia de festa; porém, todavia, de música sem pulverulência midiática, separada do joio e provida da catarse libertária, é todo minuto, toda hora, todo dia. Rock é Rock, o resto é rock no rio, (minúsculas) o qual está vindo mais um por aí. Arghh, que falência!
P.S.:
As outras definições da capa abaixo ficam sob responsabilidade exclusivamente do leitor. E saibam todos que a imagem é meramente ilustrativa do que…
compõe-se por duas sementes circundando abismo profundo;
irrigadas pelo vermelho natural.
Convite ao bem, ou ao mal.
Rock mel.
Criada para o bico fino de um beija-flor que se banhará em amargo e denso néctar;
segredo e mistério de uma floresta virgem;
tonalidade fel.
Para cães mergulhadores, esse belíssimo triângulo avassalador movediço coberto com fio dental, guarda, esconde, arquiva uma joia perolada que para alguns dedos suaves e sedentos, será ofertada. Detalhe: será ofertado somente para cães machos.
Essa capa foi proibida pela censura militar e após 40 anos de prisão, foi solta à liberdade. Uma obra situada entre a sensualidade indígena, ousadia e irreverência, não pode e nem deve de maneira nenhuma passar ilesa aos olhos do desnacionalizado brasileiro. Por desconhecer a imensidão verde da floresta amazônica e sua imensurável biodiversidade, Disney é o famigerado quintal desse povo.
Assim que a capa foi liberada em 2015, a cantora postou em sua conta no Instagram que estava feliz pela liberação da imagem: “Para o nosso deleite, incluindo o meu, a capa do disco “Índia” de 1973 está disponível e em breve voltará às prateleiras das lojas de discos em uma reedição especial do álbum”; resumiu Gal; cujo epíteto era Gal tropical.
Fonte:revistaobvious