“Queiroz pode ser denunciado mesmo se não prestar depoimento”, diz o procurador-geral

Eduardo Gussem será reconduzido ao cargo de procurador-geral de Justiça Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

A equipe de Eduarao Gussem está dando uma geral na Assembleia

Chico Otavio e Vera Araújo
O Globo

Reconduzido ao cargo, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem , disse nesta segunda-feira que uma eventual denúncia contra Fabrício Queiroz, ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), não depende do comparecimento do investigado ao Ministério Público.

Queiroz já foi chamado quatro vezes pelo MP, segundo ele informou em entrevista ao SBT, para esclarecer a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão rastreada pelo Coaf. Ele faltou a todos os depoimentos marcados, dois deles alegando problemas de saúde. Ele retirou um tumor no intestino este mês.

VERSÃO DEFENSIVA – ‘Neste caso (da convocação dos envolvidos), consiste mais para que eles apresentem a versão, a tese defensiva. O MP busca a verdade. As provas documentais são consistentes’ – disse sobre as listas do Coaf envolvendo cerca de 20 deputados.

O procurador-geral disse que, se for denunciado sem ter comparecido antes ao MP, Queiroz SÓ erá a oportunidade de apresentar a sua defesa em juízo.

Gussem disse que existem 22 procedimentos instaurados para investigar a lista do Coaf, dos quais quatro deputados já comparecerem ao MP para prestar esclarecimentos. De acordo com Gussem, já estiveram no MP os deputados estaduais Luiz Paulo (PSDB), Tio Carlos (SD), Paulo Ramos (PDT) e André Ceciliano (PT), presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

JUSTIFICATIVAS – Segundo Gussem, dos quatro que já compareceram, três apresentaram documentos para justificar as movimentações financeiras. O material está sendo analisado pelo grupo de atribuição originária do gabinete do procurador-geral, o Gaocrim.

O procurador-geral fez questão de frisar que os 22 procedimentos estão sendo tratados “com a mesma intensidade”, embora reconheça que o caso do ex-motorista Queiroz tenha mais visibilidade por se tratar de um senador e filho do presidente da República.

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