Laís Lis
G1 — Brasília
O ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou nesta quinta-feira (1º) que vai defender junto ao próximo governo a importância de manter a Telebras como uma estatal. A empresa foi recriada para viabilizar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), com o objetivo de levar serviço de internet banda larga para áreas pouco atrativas para o setor privado.
Na quarta-feira (31), o jornal “Valor Econômico” informou que uma das propostas da equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro é extinguir a Telebras.
IMPORTÂNCIA – “O que eu sei é que está sendo discutido. Se me ouvirem, eu vou mostrar a importância que a Telebras tem para o Brasil. Eu tenho certeza absoluta que, como é um governo bem-intencionado, um governo que vai procurar o melhor para o povo brasileiro, eles vão entender que o serviço que a Telebras está prestando e que vai prestar, nenhuma outra instituição pública ou privada prestará”, disse Kassab.
O ministro Gilberto Kassab fala durante evento no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, em fevereiro de 2018 — Foto: Marcelo Brandt/G1 O ministro Gilberto Kassab fala durante evento no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, em fevereiro de 2018 — Foto: Marcelo Brandt/G1
SATÉLITE – O ministro citou, por exemplo, que a operação da parte civil do primeiro satélite brasileiro está sob o comando da estatal. A Telebras será responsável pela oferta de banda larga para instituições públicas, escolas e entidades sociais.
Kassab destacou que as conversas com o governo eleito começarão semana que vem, quando se inicia efetivamente o governo de transição.
“Vamos ter a oportunidade de transmitir nossas impressões e apoiar os novos ministros para que eles possam iniciar o trabalho e não ter paralisação em nenhum projeto, para cada um poder tirar o maior proveito”, disse.
ASTRONAUTA – O atual ministro elogiou a escolha do astronauta Marcos Pontes para a pasta de Ciência e Tecnologia. Kassab também comentou a iniciativa do presidente eleito de colocar a educação superior sob a responsabilidade do MInistério da Ciência e Tecnoloia. Segundo Kassab, a medida “tem lógica”.
“Eu acredito que possa dar certo. Até porque o Ministério da Educação terá sua atuação ampliada, somando o Esporte e a Cultura”, disse. Segundo ele, a parte de inovação está estreitamente ligada ao ensino superior.
Kassab afirmou que a indicação do secretário de Radiodifusão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Moisés Queiroz Moreira, para a vaga que será aberta com a saída do atual presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Juarez Quadros, já está feita e ocorreu antes da eleição de Bolsonaro. O ministro disse, no entanto, que acha lógico que as próximas vagas que forem abertas nas agências reguladoras tenham suas indicações negociadas com a equipe de transição do novo governo.