Chega às livrarias este mês “Volta ao Poder — A correspondência entre Getúlio Vargas e a filha Alzira” (editoras FGV e Ouro Sobre Azul).
São 568 cartas inéditas, organizadas por Adelina Novaes e Regina Moreira. O material foi doado ao CPDOC da FGV em 1985 e só pôde ser compulsado a partir de 2010, de acordo com as instruções de Alzira.
A correspondência vai de 1946 a 1950, quando Getúlio se autoexilou em São Borja (RS). Foi o período entre sua deposição e a volta triunfal à Presidência.
As cartas revelam conversas políticas e momentos de intimidade entre o pai e sua filha preferida. Em 4 de outubro de 1950, Getúlio relatou que se preocupava em perder a eleição, ocorrida na véspera: “Avalio a capacidade de fraude, suborno e violência que os governos, ameaçados de perda das posições, são capazes de desenvolver. Por isso minha impressão é mais pessimista que otimista. E estou preparando o espírito para o pior”. Apesar dos temores, virou presidente com 49% dos votos.
Outra carta, de 1948, exibe um Getúlio mais relaxado. Nela, conta que se tornou um fã das palavras cruzadas da revista “Fon-Fon”: “Quanto a revistas (sic) continua a enviar-me Fon-Fon. Estou fan das palavras cruzadas”.