Frederico Vasconcelos
Folha
A decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal de tirar das mãos de Sergio Moro trechos relativos à delação da Odebrecht pode ter outros interessados, além de Luiz Inácio da Silva, e outras consequências afora as previsíveis pelos sinais que o ex-presidente emite de sua cela em Curitiba.
Possíveis desdobramentos dos votos dos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski são expostos com acuidade em análise da jornalista Maria Cristina Fernandes, nesta quinta-feira (26), no Valor:
DIZ A JORNALISTA – “Há beneficiários da decisão da segunda turma mais poderosos do que o ex-presidente, a começar do atual titular do cargo e futuro réu da Lava Jato, Michel Temer. Há ainda interesses que extrapolam o rol de políticos atingidos pela operação e que podem vir a ser afetados pelos rumos que parecem tomar a Lava Jato”, assinala Maria Cristina Fernandes, acrescentando:
“Ainda há muitos reveses possíveis à decisão da Segunda Turma, mas debite-se a liderança do movimento mais à habilidade silente de Dias Toffoli do que à verborragia recalcitrante do ministro que lhe faz par. Toffoli tem pressa. Sua ascensão à presidência da corte em setembro levará de volta àquela turma a atual titular, composição que, numa votação como a de ontem, por exemplo, poderia até manter o placar, só que no sentido contrário”.