O governo não vai mais atender uma das principais solicitações do Exército para atuar na intervenção no Rio.

De acordo com Lauro Jardim, “na reunião de hoje para discutir a intervenção, houve consenso entre o presidente do TJ, Milton Fernandes, os desembargadores presentes e os ministros Torquato Jardim, Grace Mendonça e Sérgio Etchegoyen que não é possível bancar juridicamente os polêmicos mandados coletivos de busca e apreensão.”

Os mandados coletivos são uma importante ferramenta contra o crime. A prisão de Elias Maluco, por exemplo, só foi possível graças a um destes mandados.

Veja o que disse Carla Rocha, em O Globo:

“O mês era setembro, do mesmo ano de 2002. O governo era do PT. A governadora Benedita da Silva, após todos os esforços, tinha prendido alguns peixes pequenos que agiram sob as ordens de Elias Maluco, mas ele ainda estava foragido, após três meses de buscas. A cúpula da segurança apelou, então, para o mandado coletivo de busca e apreensão. Sob fortes protestos, na época. A medida era, até onde se sabia, inédita.

Mais de 500 policiais ocuparam o Alemão. A Justiça havia deferido o pedido de busca em larga escala. A polícia tinha autorização para entrar em 10 mil moradias. A varredura começou numa segunda-feira e, se não me engano, só acabou quatro dias depois. No meio da semana, encontraram Elias Maluco, que estava há dias num buraco dentro de uma casa.”

Para quem não se lembra, Elias Maluco foi o homem que assassinou o repórter investigativo, Tim Lopes.