Para que uma pessoa possa dizer-se honesta ou ser reconhecida como tal, não basta respeitar o sexto mandamento (não roubar). Nem o oitavo (não levantar falso testemunho). Nem o décimo (não cobiçar as coisas alheias). É preciso também que não desfrute direta ou indiretamente de nenhuma vantagem ilegal.
Gaba-se a presidente Dilma de ser honesta porque até hoje não surgiu mínima prova de que roubou ou de que tenha concordado com roubos. Mas avolumam-se indícios e provas de que ela se beneficiou de roubos, sim, sabendo deles ou não. Por ora, dê-se de barato que não sabia, embora devesse saber.
A delação da publicitária Danielle Fonteles, dona da agência Pepper Interativa, publicada na edição desta semana da revista IstoÉ, atingiu em cheio as contas da campanha de Dilma à reeleição.
Aos procuradores da Lava-Jato, Danielle contou e entregou documentos sobre dinheiro que recebeu de caixa dois para pagar fornecedores da campanha. Sua empresa funcionou como uma espécie de grande lavanderia de parte do dinheiro usado para que Dilma assegurasse o seu segundo mandato.
Outra delação, esta de Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana, responsável pelas últimas três eleições presidenciais do PT, envolve o ex-ministro Guido Mantega, da Fazenda. Mônica disse que Mantega indicou para ela executivos de várias empresas que se valeram de dinheiro não declarado à Justiça para pagar despesas da campanha de Dilma em 2014.