Liquidação de cadeiras é sintoma de desespero

Do Blog do Josias

Para tentar seduzir os aliados que flertam com o impeachment, Dilma encostou a barriga no balcão. Promove uma liquidação de poltronas de primeiro escalão e de cadeiras de escalões inferiores. Tudo isso 48 horas depois de a força-tarefa da Lava Jato ter levado às ruas a Operação Xepa (pode me chamar de fim de feira), que leva a cúpula da Odebrecht e a primeira-dama do marketing Mônica Moura a buscar o alistamento na infantaria dos delatores.

Todo mundo sabe que, no Brasil, as relações do Executivo com o Legislativo baseiam-se na chantagem. A diferença é que agora, em desespero, Dilma transforma a desfaçatez em trincheira contra o impedimento. Para evitar o que chama de “golpe”, madame golpeia o interesse público. Seus movimentos são um sintoma do desespero que toma de assalto (ops!) o Palácio do Planalto.

Um auxiliar da presidente atribui o saldão de cargos ao desejo de Dilma de atrair para o governo os aliados que ainda se dispõem a servir ao país. Esse tipo de patriotismo é ruinoso e inútil. É ruinoso porque conduz a escândalos como o petrolão. É inútil porque, a essa altura, o balcão inaugurado no gabinete do vice-presidente Michel Temer parece mais atraente às moscas do fisiologismo. A lógica da política é implacável. A expectativa de poder vale mais do que a presunção de poder.

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