MARGARIDA CANTARELLI QUER UMA APL COM O OLHAR PARA O FUTURO

Academia Pernambucana de Letras celebra 115 anos de criação


Políticos, intelectuais, jornalistas e empresários, estudantes e outros segmento sociais, prestigiaram ontem o aniversário de 115 anos da Academia Pernambucana de Letras (APL) e a posse da nova presidente da instituição, a escritora e desembargadora emérita Margarida Cantarelli. Na ocasião, colaboradores da Casa de Carneiro Vilela também foram homenageados com Prêmios Literários e de Honra ao Mérito.

Na sua trajetória, Margarida Cantarelli teve dois livros publicados: Momentos na Justiça e Rota Inversa, Descobrindo Portugal. Ela também já foi presidente do Instituto Arqueológico histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP).

O povo está precisando de apoio e abertura à cultura, pois no Brasil temos o costume de enxergar a cultura como algo sério, chato, engessado. Essa abertura que estamos pensando possibilitará a desconstrução dessa imagem”, frisa a escritora. O principal objetivo da nova gestão é dar continuidade ao que foi começado a gestão anterior, possibilitando a abertura da academia ao público, focando nos jovens e na modernização a instituição.

“Estamos concentrando as ações dessa estão em dois pilares: um a juventude e outro na língua portuguesa. Pretendemos chegar à juventude utilizando os novos meios de comunicação, como as redes sociais”, explica Cantarelli. Já começamos na administração de Fátima Quintas, com o lançamento da página da academia na internet estamos em todas as redes sociais.

Vai ser através delas que vamos fazer projetos que incentivem o jovem a interagir com a academia. Esse é o nosso enfoque, oferecer aprendizado aos jovens e fazer com que se sintam inteiramente à vontade aqui conosco”, complementa. Uma das maiores dificuldades da Academia Pernambucana de Letras é conseguir verbas para se manter.

“A APL é uma instituição privada sem fins lucrativos que sobrevive num País que não valoriza a cultura. Nos mantemos totalmente pelo esforço dos acadêmicos ao longo de mais de um século. Recentemente também fomos bem-sucedidos em firmar alguns convênios com órgãos públicos”, comenta Margarida. “Temos que ser criativos. É possível fazer muito com pouco e quem lida com cultura sabe muito bem disso”, afirma.

REFORMAS
O prédio da APL passa por um trabalho de recuperação e reparo, que está sendo financiado por uma parceria com o BNDES. Foram destinados R$ 2 milhões para as obras que foram iniciadas em setembro do ano passado e estão com conclusão prevista para 2017. Recentemente a biblioteca da academia sofreu reformas para abertura de seu acervo ao público, que possui cerca de 30 mil títulos, dentre eles obras raras da literatura portuguesa, brasileira e pernambucana. O financiamento foi feito pela Fundarpe que destinou R$ 200 mil reais para a compra de prateleiras novas, troca do piso, pintura das paredes e modernização da estrutura do prédio.

Fundada em 26 de janeiro de 1901 por um grupo de escritores liderado por Joaquim Maria Carneiro Vilela, a Academia Pernambucana de Letras tem sede na Avenida Rui Barbosa, bairro das Graças, Zona Norte da Capital.
 

 

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