Josias de Souza
Defensor do encurtamento do mandato de Dilma Rousseff, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) adicionou o PT no seu discurso. “Qualquer solução, seja por renúncia ou por impeachment, vai dar em Michel Temer. A situação é grave. Será necessário compor um governo de coalizão. E Temer precisará cercar-se do que há de melhor nos partidos, inclusive no PT. Penso que o PT tem de ser convidado formalmente a integrar o governo.”
Jarbas recorda que o PT hostilizou Luíza Erundina, hoje filiada ao PSB, quando ela aceitou participar do governo Itamar Franco, nas pegadas do impeachment de Collor. Mas faz uma distinção entre os dois períodos. Avalia que, hoje, o PT está “enfraquecido demais” para impor dificuldades a quadros partidários que se disponham a colaborar numa fase pós-Dilma.
Aliado tradicional dos tucanos, Jarbas critica o PSDB por defender a saída de Dilma e, simultaneamente, sinalizar a intenção de não participar de um eventual governo de transição chefiado por Temer. “Se a crise tem um desfecho até o final do ano, serão três anos de governo pela frente. É uma travessia muito grande. Não se pode simplesmente lavar as mãos.”