O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter recebido US$ 1,5 milhão a título de suborno para não “atrapalhar” a decisão do conselho de administração da estatal para a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (Estados unidos), ocorrida entre 2006 e 2012.
O dinheiro, segundo Costa foi pago pelo lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que, segundo o delator, teria ligações com o PMDB. A revelação veio à tona após a divulgação dos depoimentos da delação premiada de Costa ocorrida nesta quinta-feira pela Justiça Federal do Paraná. Soares está preso e é réu em uma das ações penais da operação Lava Jato. Costa está preso em regime domiciliar no Rio de Janeiro.
A refinaria de Pasadena foi adquirida pela Petrobras em um conturbado processo pelo valor total de US$ 1,25 bilhão. O grupo belga CNP, dono da Astra Petróleo, empresa que controlava a refinaria e que foi sócia da Petrobras durante alguns anos, afirma ter pago US$ 42,5 milhões pela mesma refinaria em 2005.
Segundo o depoimento de Costa, Fernando Soares o procurou antes da reunião do conselho de administração da Petrobras que iria decidir pela compra da refinaria. Segundo Costa, entre 2007 e 2008, ele e Fernando Baiano se encontraram em Liechtenstein (paraíso fiscal europeu), onde Costa diz acreditar tenha sido o local onde Baiano fez o depósito do dinheiro.