Fundaj abre a programação de Natal inspirada no centenário da Semana de Arte Moderna

Programação conta com abertura de exposição, apresentação de coral e campanha para a arrecadação de presentes

Em alusão ao centenário da Semana de Arte Moderna, o “Natal de Modernidade e Solidariedade” da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) lança sua programação na sexta-feira (25), às 16h, com a abertura da exposição “Um pernambucano na Semana de 22, Vicente do Rego Monteiro”, seguido da inauguração da árvore natalina e da apresentação do Coral da Fundaj. Na árvore, a homenagem a artistas modernistas nordestinos. Nomes como Manuel Bandeira (poeta), Manoel Bandeira (pintor), Ascenso Ferreira (poeta), Cícero Dias (pintor), João Cabral de Melo Neto (poeta) e Solano Trindade (poeta) serão lembrados em cartões na decoração da árvore natalina, que terá, também, cinco obras do pintor Vicente do Rego Monteiro.

Ao todo, 70 cartões vão ajudar a compor a iluminada árvore, de cerca de 3 metros, que ficará exposta até o final de dezembro no jardim do Museu do Homem do Nordeste (Muhne). “Chegamos ao fim de 2022, ano do centenário da Semana de Arte Moderna de 22, e nada melhor que fechar esse ciclo com uma homenagem, que leva em consideração tanto o evento em si, no qual tivemos um pernambucano que dá nome a um espaço da Fundação, que é Vicente do Rego Monteiro, mas também outros artistas nordestinos participantes da Semana, que sintetiza todo um processo histórico de modernização do país”, detalha Antônio Campos, presidente da Fundaj.

Os cartões são destinados ao público e trazem em seu verso a campanha natalina “Abrace uma Criança”, que visa arrecadar presentes para os filhos dos terceirizados da Fundação, que tenham até 12 anos de idade. Os presentes devem ser entregues até 14 de dezembro na Coordenação de Recursos Humanos da Fundaj, no campus Gilberto Freyre, Casa Forte, entre 8h e 17h.

Programação

A programação da sexta-feira começa com a abertura da exposição “Um pernambucano na Semana de 22, Vicente do Rego Monteiro”, na Sala Waldemar Valente, no Museu do Homem do Nordeste. Com curadoria do pesquisador da Fundaj Rodrigo Cantarelli, a exposição busca celebrar e relembrar a obra do artista pernambucano que participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922.

Em seguida, será acesa a árvore de natal, com apresentação do Coral da Fundaj. Reativado em 2019, o grupo musical traz no repertório canções bastante conhecidas, como “Vem chegando o Natal” e “Hallelujah”.

“Estamos com repertório tradicional de Natal e músicas tradicionais da música pop internacional. Paz (Heal the World), de Michael Jackson, e Hallelujah, de Leonard Cohen, têm muito a ver com a realidade do mundo hoje. Fechamos um repertório diversificado, o grupo vem se preparando há um tempo, estamos muito motivados e esperamos transmitir e trocar energia com o público. Tenho certeza que essa apresentação nos ajuda a entrar nesse clima de natal”, explicou o maestro do Coral da Fundaj, Jadson Oliveira.

Serviço:

“Natal de Modernidade e Solidariedade” da Fundaj

Data: 25 de novembro

Horário: 16h

Local: Campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte

Entrada gratuita

Obras de Vicente do Rego Monteiro em exposição inédita na Fundaj

Mostra abre em 25 de novembro, às 16h,integrando a programação natalina da Fundaj cujo tema é Natal da Modernidade e Solidariedade

A Semana de Arte Moderna de 1922, organizada pela elite paulista, marcou uma busca pela renovação e experimentação, seja na literatura, nas artes plásticas ou na arquitetura. O evento contou com a participação de diversos nomes que se consolidaram como referências do Modernismo no Brasil, a exemplo de Anita Malfatti, Mário de Andrade, Emiliano Di Cavalcanti e do pernambucano Vicente do Rego Monteiro.

Como parte dos eventos celebrativos do centenário da “Semana de 22”, como ficou conhecido o evento, o Museu do Homem do Nordeste (Muhne) inaugura a exposição “Um pernambucano na Semana de 22, Vicente do Rego Monteiro” no próximo dia 25 de novembro, às 16h, na sala Waldemar Valente, campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte. Com a exposição, o Muhne busca celebrar e relembrar a obra do artista pernambucano que participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922. A mostra faz parte do Natal da Fundaj, cujo tema é “Natal da Modernidade e Solidariedade”, com a árvore natalina celebrando artistas modernistas nordestinos, como Manuel Bandeira, Manoel Bandeira, Ascenso Ferreira, Cícero Dias, João Cabral de Melo Neto  e Solano Trindade.

O pernambucano Vicente do Rego Monteiro 

Nascido no Recife em 1899, Vicente do Rego Monteiro viveu em Paris entre 1913 e 1915 junto com a irmã e também pintora, Fédora do Rego Monteiro. Foi na capital francesa que Vicente estreitou laços com o mundo das artes e participou do Salon des Indépendants, exposição anual, ocorrida a partir de 1884, que, em suas primeiras décadas, definiu as tendências e os principais movimentos artísticos do início do século XX na Europa.

De volta ao Brasil, Vicente demonstrou interesse pela produção artística da região Amazônica e por suas lendas e costumes. A partir de estudos feitos no acervo arqueológico do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, o artista produziu uma série de aquarelas inspiradas nos mitos amazônicos, onde já se percebia uma busca tanto pela renovação das linguagens artísticas, quanto um olhar voltado para o Brasil.

“Esse desejo foi um grande motivador da realização da Semana de Arte Moderna”, explica Rodrigo Cantarelli, pesquisador do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que assina a curadoria da exposição. As obras foram expostas, entre os anos de 1919 e 1921, no Recife, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os registros fotográficos da série estarão em exibição na exposição do Muhne.

Na década de 1930, após uma segunda temporada em Paris, Vicente do Rego Monteiro se dedicou a diversas atividades e foi responsável por organizar exposições de arte moderna europeia, como a da “Escola de Paris”, no Teatro Santa Isabel, no Recife, a primeira do tipo a ser realizada no Brasil.

“Um pernambucano na Semana de 22, Vicente do Rego Monteiro” reúne de forma inédita todas as obras do artista que fazem parte do acervo da Fundaj. “Esta é uma exposição que procura celebrar a importância da obra de Vicente do Rego Monteiro como um artista que pesquisou o Brasil e transportou esses resultados para uma produção que o consagrou como um dos mais importantes nomes da pintura brasileira do século XX”, diz o curador em seu texto de apresentação da exposição.

As obras do acervo da Fundaj foram produzidas na década de 1950 pelo artista e, em sua maioria, representam trabalhadores rurais, tema que perpassa o interesse de Vicente do Rego Monteiro a partir de 1930, durante um período em que ele viveu no Engenho Várzea Grande, no agreste pernambucano. Dentre as obras expostas, encontram-se “O cambiteiro”, “Burrinho com telhas” e “Mulher sentada”, esta última datada de 1957 e com dedicatória ao jornalista e poeta pernambucano Mauro Mota.

Serviço:

Exposição “Um pernambucano na Semana de 22, Vicente do Rego Monteiro”

25 de novembro, às 16h

Sala Waldemar Valente, campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte